COMUNICANDO O QUE IMPORTA - Entre o ruído e a solidão. Por Mariah Guedes.

No texto de abril, escrevi sobre a relevância das pessoas no processo comunicacional. Nesta coluna de maio, quero falar sobre quando esse ciclo se rompe: se alguém fala e o outro não entende, há ruído. E é esse vilão comunicativo que mais tenho observado poluindo as interações humanas – especialmente com essa situação prolongada da pandemia de Covid-19.

Comunicação é conteúdo e, também, é forma. É toque, é símbolo, é percepção. As trocas de informações mudam completamente de sentido quando alteramos o formato e a condição com que são realizadas. A estrutura de uma mensagem é quase tão valiosa quanto o seu significado. E é por isso que a comunicação tem que ser clara.

Clareza, exatidão, precisão, transparência… estes são muitos dos substantivos que podemos associar à Comunicação Assertiva, aquela que envolve a emissão de uma informação de maneira compreensível e o seu pleno entendimento. Não basta falar bonito; é necessário falar bem – e após ouvir. Com coerência, coesão e cuidado. Ela se aproxima da Comunicação Não-Violenta porque ambas partem de um lugar de respeito, buscando a abertura de um canal favorável ao diálogo. E então voltamos novamente às pessoas.

Nos últimos dois anos (e mais alguns meses), a comunicação se acelerou e a nossa noção de tempo foi fragmentada. O excesso de notificação dos nossos aplicativos nos tornou pessoas mais ansiosas, com dificuldades de aguardar uma resposta (porém ainda assim disseminando desinformação) e sem a capacidade de discernir entre comunicação síncrona e assíncrona.

Parece que perdemos um pouco da nossa habilidade de escutar algo, analisá-lo e, só então, reagir. A falha de comunicação se tornou o “novo normal”. Com isso, minha intenção é provocar uma reflexão sobre se estamos, de fato, nos comunicando. Afinal, há muita solidão nas palavras que não encontram eco… Mas aguardo vocês do outro lado desta linha em 15/06.

Mariah Guedes é publicitária especialista em Marketing, mestra em Comunicação & Cultura, leitora ávida, canhota, macaense e estudante eterna. Acompanhe em https://br.linkedin.com/in/mariahguedes.