O momento em que uma pessoa deixa de ser candidata para se tornar uma colaboradora da empresa é cercado de expectativas. Além da importância de ser treinada e imersa na cultura organizacional, existe o desafio de integrá-la e ajudá-la a se adaptar. Em tempos em que todos estão trabalhando de casa, esse processo tem sido mais desafiador para equipes e os RH.
Existem muitas frentes que precisam ser consideradas pelos RH na hora de criar um programa de onboarding efetivo e muitas delas passam pela comunicação interna e por um employer branding consistente. Eu lembro que, no meu primeiro emprego como profissional de comunicação, cheguei no primeiro dia de empresa e havia uma folha de papel sulfite em cima da minha mesa com uma foto impressa de toda a equipe, assinada, com boas-vindas de todos.
Era 2007, e nem se falava tanto de ‘integração de novos funcionários’ da forma como se aborda hoje. Muitas vezes, era realizada pelos próprios colegas de equipe, aos poucos. Para minha experiência, aquela ação super-simples gerou um sentimento de acolhimento muito positivo e eu tive a certeza de que estava ingressando em um time disposto a me ajudar e me ensinar. Depois disso, já vivenciei o oposto, aquela recepção pouco amigável, resultado de uma cultura organizacional quebrada.
E, aqui, quis somente destacar os três pontos essenciais na visão de comunicação, mas sabemos que a integração passa por se conhecer as pessoas com quem se vai interagir, aqueles que vão influenciar em seu trabalho, os colegas, chefes etc. E sabemos também da importância de criar laços de confiança para se sentir integrado.
Kit de boas-vindas
Nós vemos aos montes – no LinkedIn – funcionários felizes compartilhando um kit que receberam em casa com alguns materiais de escritório personalizados pela empresa em que acabaram de ingressar, por vezes, antes de iniciar efetivamente. Montar um kit desses é fácil, mas é importante que ele faça sentido com a empresa, a cultura e o employer branding. E, mais fundamental ainda, ele sozinho não é acolhimento!
Conhecer os canais de comunicação interna
Se queremos que o novo funcionário se sinta integrado é fundamental que ele saiba como se comunicar dentro da empresa, desde a comunicação do dia a dia, com chats instantâneos, até como ele pode se comunicar com a organização como um todo. Por meio de quais canais ele pode acompanhar as notícias sobre a empresa? Por quais meios ele pode sugerir e interagir com conteúdos que ele mesmo pode criar? Ele é estimulado a fazer isso ou é apenas cadastrado, ganha um login e senha e um ‘se vira’? Os funcionários somente se sentirão motivados a participar, sugerir e interagir nas redes sociais se perceberem que isso é parte da cultura da empresa.
Ser formado como porta-voz
Mesmo que na empresa uma meia dúzia de executivos sejam treinados tecnicamente e preparados para falar em nome da marca, o que é de fato a prática, não podemos esquecer que, nos finais de semana entre amigos, família, com clientes e dentro seu círculo profissional, cada funcionário será sim um porta-voz. E se ele não receber um speech, ele vai tão somente compartilhar uma visão parcial e única de sua função. O funcionário precisa conhecer os principais números da empresa, as principais mensagens, a missão, visão e valores, as principais linhas de negócio, se ela é líder, em que a empresa é forte. Ele precisa sentir orgulho dos pontos fortes da organização, pois desta forma ele vai saber como falar e defender a empresa, especialmente, em momentos de crise de imagem pública.
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Crédito da foto: Iga Palacz para Unsplash.
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Sobre mim – Trago aqui mensalmente temas sobre comunicação corporativa. Trabalho na área há 13 anos, atualmente, como consultora. Sou jornalista, formada pela PUC-Campinas, com especialização em Marketing pela Cásper Líbero e MBA em Gestão Empresarial pela FGV. Tenho um projeto pessoal no Instagram com dicas de currículo, LinkedIn e carreira, o Seu.Novo.CV: https://www.instagram.com/seu.novo.cv/. Contato: https://www.linkedin.com/in/alinemolica/