Habilidades fundamentais de um líder durante a pandemia. Por Luciana Goloni.

Estamos começando a viver um momento de relaxamento das medidas de isolamento social – algo ainda bastante questionável – mas que ainda não nos insere no mundo que conhecíamos antes da pandemia.

Num cenário longe da normalidade e no meio da mudança que nos foi imposta, é inevitável fugir do velho jargão que nos diz que ‘é na adversidade que mais se desenvolve a humanidade’.

O mercado corporativo, apesar de toda a lamentável retração, viu-se diante da necessidade premente de se adaptar de forma abrupta a uma modernização de processos, com o uso de toda a tecnologia disponível e o máximo de flexibilidade para rever antigos paradigmas de relações de trabalho.

Porém, apesar de toda a tecnologia de hoje possibilitar conexão e sistemas de informação que permitem o trabalho remoto com relativa facilidade, habilidades emocionais não estavam desenvolvidas para esta ruptura.

E de um dia para outro, empresas que trabalhavam de forma tradicional precisaram aderir ao home-office. Dessa forma, funcionários acostumados à rotina de deslocamento e cumprimento de horários, além do convívio com colegas, viram-se confinados em suas casas, convivendo de forma totalmente diferente com sua própria família e sem a troca diária com seus pares na empresa.

O impacto individual dessa mudança trouxe desafios inerentes à personalidade de cada um, mas não é difícil traçar em linhas gerais as dificuldades de maneira coletiva. Ficamos todos sujeitos a um incrível sentimento de insegurança, estresse e medo diante de nossa vulnerabilidade física e financeira.

O que um líder deve fazer nessa situação?

Como agir num quadro adverso e ter o equilíbrio e o bom-senso necessário para acolher os funcionários e lhes dar a sensação de segurança necessária?

  • Comunicação assertiva – É importante manter o funcionário atualizado – através de reuniões periódicas – não só em relação ao time no qual ele trabalha, mas à organização como um todo. Isso acalma o colaborador, pois ele não cede à tendência de antever qualquer decisão ou mudança inesperada da alta gerência.
  • Adaptação dos processos – A mudança no volume de trabalho acarreta um ajuste necessário às entregas dos funcionários. Para isso é importante tanto comunicar-se de forma clara com o que se espera de cada um como disponibilizar treinamentos para evitar entraves nos fluxos de processo.
  • Empatia – É imprescindível entender que todos estão enfrentando rotinas difíceis e com sobrecargas e, assim, abrir espaço para adaptações em horários e cobranças. Não só ser capaz de entender, mas também expressar que compreende determinada dificuldade. Isso gera um ambiente seguro para que as pessoas falem sobre o que precisam e podem sinalizar caso necessitem de ajuda.

Os líderes devem zelar pela performance de suas equipes e responder, por consequência, pelos resultados da empresa. E o trabalho é executado por pessoas, que têm sentimentos e vulnerabilidades que, se não forem acolhidos num momento como este, trarão ainda piores cenários no futuro. O lema é People First, ou seja, Pessoas em Primeiro Lugar.

Luciana Goloni é palestrante e consultora em Comunicação Empática. Professora do IDCE Escola de Negócios, é pós-graduada em Negócios Internacionais pela UERJ.