Comunicação interna no contexto da pandemia. Por Débora Abreu.

Repensar o mix dos veículos, avaliar o conteúdo, conectar e engajar à distância, digitalizar as abordagens, humanizar as comunicações, apoiar a liderança, suportar os novos formatos de trabalho e estar preparado para os mais diversos cenários – isso tudo ilustra um pouco da nova realidade do comunicador, que possui sua atuação muito além dos canais, um forte papel na aprendizagem organizacional, na cultura e no clima nas empresas.

A Covid-19 trouxe desafios imensuráveis para a sociedade, econômicos e sociais. No ambiente corporativo, a pandemia mostrou que é tempo de se reinventar, se adaptar e aprender. E se tem uma coisa que aprendemos foi justamente o reconhecimento do papel do profissional de comunicação nas organizações, bem como a importância de uma comunicação clara e estruturada para o envolvimento do público interno e dos mais diversos stakeholders.

Segundo pesquisa realizada pelo Great Place to Work (GPTW) no final de 2020, “Tendências em Gestão de Pessoas”, 54% dos entrevistados afirmam que a comunicação interna deve estar na pauta das prioridades em 2021. O estudo contou com 1.724 respondentes, sendo 358 representantes da alta liderança.

Diante deste contexto, surgem oportunidades e práticas que são essenciais na comunicação interna. Acolher, engajar e informar mesmo à distância foram colocadas no centro das conversas logo no começo do processo. Além disso, algumas lições valiosas ficaram ainda mais evidentes, como reforçar a cultura da empresa; criar comitês de crise; dar foco para a credibilidade; segmentar mensagens, trazer visibilidade para as iniciativas junto à comunidade, estimular o diálogo e promover momentos que geram aproximação entre as pessoas. Estes são alguns exemplos que refletem o novo momento e que abrem espaço para uma nova realidade que se instala.

Ainda que se tenha pensado em situações que poderiam acontecer, uma pandemia não era, normalmente, considerada pelas companhias. Contudo, algumas boas práticas apontam que empresas que melhor se comunicam transmitem segurança, veracidade, e que estão abertas para mudar, possuem ganhos na satisfação de seus profissionais e, consequentemente, aumento na produtividade visto que são elementos complementares um do outro. Aqui, é importante avaliar os modelos e adaptá-los para cada realidade. No final do dia, tudo o que queremos é que as equipes estejam conectadas e dispostas a continuar realizando suas atividades com propósito.

Este cenário atípico, em breve, irá passar. Para nós, profissionais de comunicação, continuemos firmes para sustentar e enriquecer a nossa importância estratégica e atuação como parceiros organizacionais na governança.

Vamos juntos?

Débora Abreu é relações-públicas apaixonada pela área da comunicação e suas inúmeras possibilidades. Com vivência internacional e nas áreas de comunicação e marketing, encontrou na profissão o seu lugar e a oportunidade de fazer o que ama.