Pandemia abre espaço a novos nomes no marketing e publicidade.

A pandemia de Covid-19 trouxe uma mudança drástica no formato em que o marketing e a publicidade eram aplicados na era pré-pandêmica. Com as pessoas tendo que ficar em casa, os profissionais da área e as marcas tiveram que se readaptar para poder alcançar os clientes em potencial e estabelecer o desejo de compra e consumo.

O mercado publicitário investiu R$ 14,2 bilhões em compra de mídia em 2020, ano marcado pelo início da pandemia. O valor representa uma queda de 19,9% na comparação com 2019, quando as agências gastaram R$ 17,4 bilhões com propaganda em diversos meios. Os dados são da pesquisa CENP-Meios, feita pelo Conselho Executivo das Normas-Padrão. Somente a TV aberta perdeu R$ 1,9 bilhão de um ano para o outro.

De acordo com o relatório, a internet foi o único meio que ampliou sua fatia no bolo publicitário nacional, na comparação com o ano de 2019. No ano passado, a internet ficou com um share de 26,7% do total do mercado – este número era de 21,2% em 2019. Em faturamento absoluto, o CENP aponta um investimento total na internet de R$ 3,78 bilhões em 2020 – 1,65% a mais do que em 2019. Foi o único meio que viu seus investimentos crescerem, principalmente no segundo semestre. Todos os outros meios viram seus investimentos caírem, na comparação com 2019. O setor de mídia exterior viu seus investimentos recuarem 33,4% em comparação com 2019. O meio revista perdeu 50,4% da verba, o cinema teve 78% menos investimentos em publicidade.

Com isso, os publicitários tiveram que se readaptar ao novo cenário, e focar principalmente no digital, como redes sociais, influenciadores, e ferramentas de pesquisa, o que fez que profissionais que já eram especialistas nesta área, se destacarem em meio a antigas “raposas” do mercado, surgindo novas empresas do ramo. Um exemplo disso é a Nine Comunicação, agência criada pelo jornalista Rafael Ventura e outros quatro amigos. Ele já é sócio em dois jornais na região do Grande ABC Paulista, região metropolitana de São Paulo, mas foi na pandemia que viu a oportunidade de faturar de uma outra forma, e chamou outros amigos de diferentes áreas da comunicação que embarcaram com ele neste projeto. “Nós criamos a agência em outubro do ano passado, quando a gente percebeu que essa fatia do mercado estava disponível e as empresas tradicionais do mercado não estavam sabendo muito o que fazer e como lidar. Eles tinham a faca e o queijo na mão, mas não conseguiam executar. Nós trouxemos uma nova mentalidade, novas vivências, e principalmente novos métodos. Foi aí que conseguimos ajudar tanto as grandes agências, como as empresas a investir os recursos que tinham e atrair resultados reais”, informa Ventura.

Hoje, a empresa que está perto de completar seis meses de existência já tem um faturamento mensal perto dos seis dígitos e já é uma das principais no segmento no Brasil. “O que a gente fez, foi trazer a experiência de diversas outras pessoas de outras áreas, como do Live marketing, por exemplo, e criar um laço para que a gente consiga também fazer outros tipos de mídia no pós-pandemia. Então já estamos bem preparados para isso, inclusive já idealizando diversos projetos para algumas marcas que já estão focando nas ações do próximo ano. A gente não quer apostar em uma coisa só, por isso estamos ampliando toda a nossa cartela de serviços, conclui Ventura.

Hoje, a agência fundada por Ventura também supera os 50 milhões em audiência através dos públicos de seus influenciadores exclusivos, e já atendeu grandes empresas como o Banco Bradesco, Avon, iFood, Outback, Amazon, entre diversas outras.