Renovações, adaptações e inovações. Por Naomi Tatekawa.

Quando percebemos já era dezembro, já era natal e o fim do ano se aproxima, como diz Daniela Mercury em uma das suas músicas “quando dei por mim, tava aqui” e na verdade nem percebi.

Vivemos um ano totalmente atípico de tudo que imaginávamos (e estávamos acostumados), e confesso que faço parte daquela parcela da população que ficou com a sensação de que 2020 foi caracterizado por um salto no calendário – tivemos janeiro, fevereiro, março e dezembro. E diante a tantos desafios vividos foi um ano de renovações, adaptações e inovações, tanto por parte de nós – pessoas/consumidores, como das empresas.

De repente nos vimos inseridos em um mundo em que não podíamos sair de casa para fazer as nossas atividades rotineiras, tais como ir à padaria, trabalho, parque, academia, escola entre outros, e foi neste momento que nos vimos obrigados a mudar – foi necessário que nos reinventássemos, nos adaptássemos e até mesmo inovássemos para conseguir realizar tudo (ou quase tudo) o que estávamos acostumados. Foi nesse momento em que o mundo off-line se tornou online, que o “lado de fora” se internalizou para dentro de nossas casas, e para acompanhar estas bruscas mudanças além de nós, as empresas precisaram, de uma forma muito ágil, se adaptar as novas demandas de seus consumidores para garantir a sua sobrevivência.

Ao invés de irmos a restaurantes passamos a consumir – muito mais – o sistema de delivery de refeições, neste momento pudemos acompanhar o boom que estas empresas deram, em um passe de mágica as vimos ganhar uma nova estrutura (mais robusta), e passaram a ter uma nova importância na vida das pessoas. Novos restaurantes passaram a oferecer este tipo de serviço para os seus clientes, foi percebido neste momento que quem não acompanhasse a correnteza ficaria para trás nesta corrida para o “novo normal”. Restaurantes tiveram que se renovar, adaptar e inovar, para que suas estruturas não desmoronassem, quem não trabalhava com o sistema de delivery, passou a trabalhar, quem já trabalhava teve que melhorar. Foi necessário criar uma nova cultura para que dessa maneira fosse possível manter a experiência única ao cliente que era esperado, foi necessário levar a experiência do restaurante para dentro da casa de cada um que realizava seus pedidos.

Já que não podíamos sair para frequentar bares com os amigos, surgiu a opção de criar drinks no conforto de casa, através de kits de drinks “faça você mesmo” enviado por diferentes bares, houve a ascensão de milhares de novos bartenders amadores. Acompanhamos de perto este novo serviço ser criado, e vimos a categoria de bar se renovando, adaptando e inovando. E já que não podíamos estar presencialmente em um happy hour com os amigos, houve uma adaptação desta tradicional confraternização, novos encontros passaram a acontecer em salas virtuais de diferentes plataformas de videoconferência remota, o que era imaginável acontecer passou a se tornar comum em nosso dia-a-dia.

Idas a academia tiveram que ficar em stand by e nesse momento aulas online passaram a ter uma nova importância na vida daqueles que são fitness. Academias, professores e alunos tiveram que encontrar novas maneiras para manter suas rotinas de exercícios. Personal trainers trocaram as aulas presenciais por online, academias investiram em novos apps com rotinas de exercícios para seus alunos, e alunos se adaptaram adquirindo equipamentos para manter seu shape em casa e não depender somente da estrutura física de uma academia.

E já que não podíamos ir ao trabalho, escritórios foram interiorizados para dentro da casa das pessoas, o tão temido home office julgado como ineficiente por muitas empresas, se tornou realidade do dia para a noite, pois somente desta maneira foi possível continuar a rotina de trabalho. Houve um grande esforço por parte das empresas, e das pessoas, para que este novo modelo de trabalho se tornasse real, foi necessário inúmeras renovações, adaptações e inovações de todos os envolvidos para não deixar a peteca cair neste momento tão delicado. Salas, cozinhas e quartos se tornaram salas de escritórios e empresas passaram a aceitar que é possível manter um excelente trabalho mesmo longe de seus olhos (presenciais).

A tão tradicional escola teve que se adaptar de uma forma sem precedentes, todas as séries, instituições públicas e particulares, tiveram que transferir suas aulas presenciais para online, alunos e professores que antes eram acostumados a estar diariamente em salas de aula em uma estrutura física, passaram a ter uma nova vivência online, através de seus computadores. Aulas, lições e provas tiveram que sofrer renovações, adaptações e inovações para que pudessem continuar com o ano letivo, alunos tiveram que entender essa nova realidade de ensino e não se perder na nova forma de aprendizado.

Será inegável olharmos no futuro para 2020 e não percebemos como evoluímos em inúmeros pontos, li uma vez que em momentos de crise temos o poder de evoluir o que levaria 50 anos em meses, e isto realmente aconteceu neste ano. Renovações, adaptações e inovações ao meu ver serão palavras que andaram de mãos dadas a este momento vivido.

Chegando ao final deste caótico ano, de muitas águas derramadas – lágrimas e suor – só posso desejar a você que chegou até aqui um ano novo melhor, e que todas estas nossas renovações, adaptações e inovações se reflitam, apoiem e dêem estrutura para um 2021 muito melhor. Nos vemos no próximo ano!

Naomi Tatekawa, graduada em Relações Internacionais, especialista em Inteligência de Mercado, com experiência de 10 anos nos maiores e mais renomados institutos de Pesquisa de Mercado do mundo. Durante estes 10 anos foi responsável pelo gerenciamento de alguns projetos importantes do mercado no segmento de Consumer Experience.