Dezembro, mês de pensar no que foi, no que é e no que está por vir. Mês de balanço!
Para as organizações, planejamento sempre permeia cada passo para consolidar a estabilidade das operações e continuidade das atividades, contando com margem e resultados relevantes a se contabilizar.
Porém, num ano de tamanha instabilidade de ordem nacional e internacional, e marcado, ainda, pelo aprendizado da imprevisibilidade ocasionada por uma pandemia, é fato que prever o futuro e planejar nunca esteve tão arenoso quanto agora.
Como mote para a reflexão deste último artigo do ano, trago aqui duas matérias referências, que li ao longo de 2023 e que me pareceram cabíveis de compartilhar.
Em entrevista ao Valor Econômico em março deste ano, o futurista Brett King, autor o best- seller “The Rise of Technosocialism” (A ascensão do Tecnossocialismo), resumiu o futuro da humanidade com a seguinte frase “Sou um otimista graças à habilidade humana de resolver os problemas que ela enfrenta. E um pessimista por culpa da natureza humana…”.
Para ele, uma das principais missões da humanidade para os próximos 50 anos é reparar os danos que fizemos ao planeta e para as organizações não será diferente.
“Daqui a 50 anos, todas as grandes organizações serão altamente automatizadas e a IA vai reger tanto a produção de alimentos quanto os sistemas de transportes… Teremos aprendido com o aquecimento global que não pode haver espaço para companhias que querem simplesmente lucrar. As empresas que não fazem bem para a sociedade deixarão de existir”.
Forte isso, né? E, ao mesmo tempo, tão genuíno. Já é fato, e temos assistido cada vez mais esse movimento. A CD, minha pequena empresa boutique, pivotou em 2020, aos 12 anos, já com essa premissa de marcas e empresas com propósito social e voltado à ciência e ao futuro, uma forma que vejo também de contribuir e fomentar com a perenidade, narrando e disseminando negócios e histórias com potencial no sentido de um futuro melhor para toda nossa humanidade.
Como otimista que sou, acredito que mais cabeças e mãos e movimentos no sentido do bem e da consciência climática promoverão a mudança que precisamos. Talvez não no tempo necessário, mas no tempo possível, considerando nossa evolução enquanto seres humanos e até pegando um pouco da essência do nosso futurista com quem iniciei este artigo.
Trazendo a reflexão para a comunicação, me apoio aqui no segundo artigo que me inspirou a compartilhar alguns inputs aqui neste último artigo de 2023. O jornalista Pedro Doria, que escreve sobre tecnologia no Estadão, em um dos seus artigos de outubro, anunciava que “Uma série de transformações pode vir a mudar, por completo, nossa relação com as redes sociais. Por um lado, há o movimento do Vale do Silício de se distanciar do jornalismo. Em paralelo, há outro movimento silencioso – o das pessoas se retraindo mais, se mostrando menos…”.
No início, a ideia era concentrar o maior número de pessoas e conectá-las num único ambiente. Saía o Orkut, chegava com sucesso o Facebook. Mas, depois, vem a pressão para manter o negócio sustentável – o que trouxe para o jogo os anúncios e com eles a distribuição de milhões de conteúdo em crescente, deixando de certa forma a “conversa” de lado.
Para onde isso vai, não sabemos exatamente, ainda há muito a amadurecer. O surgimento de novas redes parecem dar sinais de que essa fragmentação de pessoas, cada uma no ambiente que mais agrada e não mais apenas ou exclusivamente nos pioneiros Facebook, Instagram, Twitter trazem indícios… E, aqui, propositalmente, não menciono o LinkedIn, porque o serviço da Microsoft, no auge dos seus 20 anos, foge à regra, figurando entre a rede social “mais legal” do momento, justamente pela característica de maior respeito com os usuários, menos toxicidade e exibição de menos memes e vídeos, além de um algoritmo que não penaliza “textões”.
Eu estou no LinkedIn desde 2011 e sigo fã.
Enfim, mudanças estão em curso e desejo, de fato, que o futuro resulte de um presente que começa hoje, com mais compromisso e respeito com o outro, menos preconceito e mais humanidade e amor, mais humildade para entender que somos micro diante do macro que é o Universo e o nosso Planeta e, se quisermos nos manter aqui, falando em futuro, precisamos acordar hoje – na verdade seria ontem, mas… – e que a transparência esteja sempre em todos os atos, pessoas e organizações.
Boas Festas e até 2024!
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Carolina Denardi é especialista em relacionamento e comunicação com mais de 25 anos de experiência e atuação na área, seja como repórter, chefe de redação e apresentadora, seja como assessora de comunicação, imagem e reputação. Apaixonada por pessoas e fazer ponte entre elas. Essência e fundadora da CD Comunica | https://www.linkedin.com/in/carolinadenardi/ | @carolina_denardi