NOVA COLUNISTA: Marcela Argollo - Compliance Humanizado.

O termo compliance tem origem no verbo inglês to comply, que significa seguir regras, estar em conformidade. Seguindo essa linha de raciocínio, quando uma empresa está em compliance é sinal de que ela está agindo de acordo com as leis e regulamentos a ela pertinentes, sejam eles internos ou externos. Tal definição me soa um pouco fria e jurídica. Algo com viés um tanto quanto regulatório.

O que é Compliance Humanizado?

Na minha concepção, compliance vai muito além disso: compliance é proceder. É um estilo de vida! Se não conseguirmos atingir e conscientizar o maior ativo de uma organização (as pessoas), o compliance nunca será realmente efetivo. E o compliance humanizado é aquele que foca nas atitudes do ser humano: valores, ética, moral, transparência e atitudes. A integridade corporativa só é plena e eficaz quando o tripé “Negócio-Colaboradores-Sociedade inserida” for respeitado e valorizado.

A partir do momento em que temos enraizados em nós valores sólidos sobre o que é o mais correto a se fazer nas diversas situações que vivemos, e esses valores são compatíveis com os valores da organização a qual representamos, tudo fica muito mais fácil de se administrar, pois existirá um vínculo e uma relação de segurança muito bem estabelecida, deixando, portanto, a criatividade e o engajamento falarem mais alto – dois ingredientes importantes para se atingir produtividade e alta performance, levando ao tão esperado resultado de lucratividade.

Educar é mostrar ao ser humano como proceder, quais atitudes tomar em certas situações.

Fazemos isso ao longo da infância e com base em três instituições: a família; a sociedade em que estamos inseridos e a igreja/religião que nos norteia. Este outro tripé nos dá valores que levaremos ao longo da nossa vida e aprimoraremos com o passar do tempo e com a maturidade que vamos adquirindo.

Para termos uma relação baseada em confiança é extremamente necessária que a comunicação seja fluida e transparente. Portanto, é muito importante desenvolvermos algumas soft skills, tais como: inteligência relacional, escuta ativa e empatia.

Na Era Complexa que estamos vivendo atualmente, o diferencial será o quanto conseguimos ser humanos, já que ao longo das últimas décadas fomos nos moldando à automatização dos nossos pensamentos, hábitos e atitudes para conseguir viver em um mundo tecnológico. Nós, humanos, nunca conseguiremos “ganhar” da inteligência artificial, mas temos algo tão lindo e valioso que ela jamais terá: coração – e, com isso, a oportunidade de amar. Como dizia Gandhi: “O amor é a força mais poderosa que o mundo tem”.

Portanto, convido você a se permitir a vulnerabilidade de se amar, amar ao próximo e amar o que você faz!

Marcela Argollo é formada em Administração de Empresas e Ciências Contábeis com MBA em Finanças e Compliance. Professora EAD da Fundação Getulio Vargas (FGV) para as disciplinas de Compliance, Controladoria, Planejamento e Liderança Estratégica. Coordenadora EAD da Brain Business School.