CULTURA & CONSUMO: Brincadeira de criança. Por Denise Knust.

Crianças são alvo do marketing desde o início do século XX, mas foi a partir da década de 1960 que as campanhas publicitárias dedicadas a elas começaram a escalar, impulsionadas pela chegada de grandes varejistas de produtos infantis como a americana Toys ‘R’ Us fundada em 1957.

O merchandising de personagem, estratégia para despertar o interesse e aumentar a atratividade das mercadorias para clientes potenciais, é largamente usada na publicidade para o público infantil. A técnica consiste no uso de personagens humanos ou de ficção que sejam reconhecidos e admirados pelo público-alvo. Quem foi criança no Brasil nas décadas de 1980 e 1990 certamente não passou ileso às campanhas protagonizadas pela “Rainha dos Baixinhos”. No campo dos protagonistas de ficção, as empresas de entretenimento e comunicação de massa Disney, DC Comics e Marvel Comics nadam de braçada há muitos anos.

O estímulo ao hábito mental de consumo é essencial para o crescimento da economia de escala. A aqui vale uma pausa para uma definição de conceito:

“A economia de escala é aplicada quando um produtor amplia seu volume de produção de modo a distribuir seus custos fixos em um número maior de unidades produzidas. Reduzindo o custo médio dos produtos haverá, consequentemente, aumento do lucro”.

Por envolver interesses e atores diversos como indústria publicitária, pais, ativistas e órgãos governamentais, estimular o consumo nas crianças desperta antagonismos e questões éticas. Por conta disso, muitos países têm legislação específica para regulamentar a prática. Alemanha, Argentina, Chile, Colômbia, Estados Unidos, Itália e Uruguai são alguns deles. O Brasil também regulamenta a publicidade para o público infantil por meio do Código de Defesa do Consumidor (Lei no 8.078/1990) e do Marco Legal da Primeira Infância (Lei no 13.257/2016).

Para conclusão, e retomando o título do artigo, brincadeira de criança é muito bom, especialmente para as indústrias publicitária e de entretenimento.

Imagens: Victoria Akvarel – Pexels / Pixabay.

Fontes

Character merchandising – https://www.wipo.int/export/sites/www/copyright/en/docs/wo_inf_108.pdf

Xuxa, a rainha da publicidade nostálgica: anunciantes aproveitam qualidades marcantes da apresentadora nos anos 1980 e 1990 para ilustrar campanhas que resgatam o passado – https://www.meioemensagem.com.br/home/comunicacao/2018/08/06/xuxa-a-rainha-da-publicidade-nostalgica.html

Economia de escala – https://www.infoescola.com/administracao_/economia-de-escala/

Legislação internacional: criança e consumo – https://criancaeconsumo.org.br/relacoes-governamentais/legislacao-internacional/

Denise Knust tem mais de 10 anos de experiência no planejamento e gestão de campanhas de comunicação internas e externas, ações de endomarketing, engajamento e responsabilidade social, gestão da marca, gestão de redes sociais, relacionamento com a imprensa, organização de eventos de alta complexidade e porte, dentro e fora do Brasil, gerindo equipes próprias e de terceiros.