Mesmo que não necessariamente nesta ordem, a comunicação, nosso mote neste espaço, o relacionamento, foco prioritário dentro das estratégias de interação, e as práticas ESG, sigla em inglês para referenciar as práticas ambientais, sociais e de governança dentro das empresas, estão diretamente ligadas.
A reputação não é resultado do discurso, por melhor que ele seja, num ambiente consolidado pela vigilância atuante das pessoas nos mais diversos canais de comunicação e acesso à informação constante. O “fazer o que conta que faz” é crucial para consolidar a credibilidade, a confiança e o relacionamento com os stakeholders. Ou seja: a reputação é consequência de uma série de princípios e ações disseminadas no discurso, mas também vivenciadas na prática.
Neste sentido é que a ordem dos fatores muda:
1o. – As práticas ESG de fato estão atreladas à cultura organizacional da empresa – o famoso walking the talk; a liderança e porta-vozes alinhados.
2o. – Comunicar e trazer os resultados para o discurso e as ações em comunicação com estratégia – porque é imprescindível a clareza de que não é a divulgação que deve permear as práticas adotadas em sustentabilidade, ações sociais e governança; ao contrário, diante de ações bem-sucedidas e com resultados efetivos é que se deve formatar as ações de divulgação e comunicação. Transparência e coerência sempre… e liderança alinhada e bem posicionada.
3o. – Aí, então, o relacionamento com os stakeholders se estabelece naturalmente, baseado na compatibilidade de valores, na confiança e na admiração e sinergia com as ações praticadas, gerando o desejo em estar próximo, acompanhando o que está sendo feito e divulgando e até aplicando ações similares, utilizando o case como exemplo.
Pois bem, em resumo, para relacionamentos consistentes e que de fato gerem os resultados esperados pelas empresas: verdade é essencial. A ética e a transparência no ambiente corporativo permeiam toda a estratégia da comunicação. Não há “fórmula mágica” tanto quanto não há “milagre da comunicação” quando se atua na reputação e imagem de uma empresa. Há a estratégia adequada diante dos fatos e das ações praticadas e que fazem parte da cultura de tal organização.
É imprescindível considerar, também, a verdade e a confiança na relação entre empresa e o executivo da comunicação – para que, juntos, possam traçar o melhor percurso na trajetória de sucesso e resultados assertivos. A divulgação para o ambiente externo é parte do trajeto, mas vem depois do alinhamento com a liderança, do mapeamento dos objetivos e das práticas estabelecidas como prioritárias e já em vigor ou em vias de ser implantadas e, então, nesse momento, já começa a ser natural também a percepção interna dessas ações vivenciadas dentro da empresa, o alinhamento também com quem faz parte da organização e, então, a divulgação dessas ações externamente, no exemplo genuíno da congruência entre discurso e prática.
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Carolina Denardi é jornalista com mais de 20 anos de história com a comunicação, seja como repórter, chefe de redação e apresentadora, seja como assessora de imprensa e no gerenciamento de crise. Apaixonada por pessoas e fazer ponte entre elas. https://www.linkedin.com/in/carolinadenardi/