COMUNICAÇÃO ENQUANTO POSSIBILIDADES - Abrindo passagens. Por Mariah Guedes.

Hoje, vamos seguir por uma linha que tratamos anteriormente: a comunicação serve para criar pontes. E, então, vamos caminhando pelas passagens abertas pelos dois primeiros textos para falar sobre o motivo d’eu ter iniciado esta contribuição semanal para o Observatório da Comunicação Institucional, cujas ações acompanho desde 2013 (ano de sua fundação). Das 5 causas deste think tank, duas estão diretamente relacionadas ao meu propósito enquanto publicitária: a “Educomunicação para a Cidadania” e a “Propaganda com Ética”.

Tanto a educação midiática quanto a publicidade foram temas que tangenciaram a minha dissertação. No mestrado em Comunicação & Cultura na ECO/UFRJ, concluído em 2019, pesquisei estratégias publicitária de marcas (e empresas) e suas táticas de produção de conteúdos em prol de causas corporativas. O conceito de “literacia publicitária”, por exemplo, nos direciona para formas de gerar leituras críticas de anúncios. Não deixa de ser uma forma de tentarmos entender o mundo: afinal, se a nossa cidadania sob a ótica neoliberal contemporânea é atravessada pelo consumo (fomentado pela propaganda), é preciso analisá-lo.

Como fica a circulação de informações nesse contexto? É viável a existência de algo como “consumo consciente”? É possível politizar este ato? Para chegarmos a isso, temos que fazer interpretações do todo, passando pela alfabetização, pelo letramento e pela literacia. Já que não sou profissional da área de Pedagogia, nem vou tentar explicar as particularidades de cada termo, mas vou ressaltar o que eles 3 têm em comum: a necessidade de entendimento – assim como o processo comunicativo, que se completa de forma satisfatória quando sua mensagem é compreendida.

Por isso que a Educação Midiática continua relevante e se destaca em 2022 (já havia sido considerada um conjunto de habilidades fundamentais no ano passado): ela é extremamente importante para nos ajudar a conhecer vários cenários, “ler” diferentes panoramas, vislumbrar novas possibilidades (em especial durante um período de campanhas políticas e eleições presidenciais no Brasil…). Ela nos auxilia na solidificação da nossa cidadania e, consequentemente, da democracia – algo urgente nos dias de hoje.

Essa coluna encerra uma série introdutória de três textos sobre as possibilidades da comunicação. Espero que estejam gostando até aqui. A partir da próxima semana, abordaremos outros assuntos prementes dentro deste vasto campo, e tudo o que o envolve – iniciando pela aula sobre discursos de marcas transformadoras que ministrei no último dia 14/01 na conclusão de um curso sobre ESG (o tópico do momento!). Conto com vocês. Até quarta que vem.

Mariah Guedes é mestra em Comunicação & Cultura, leitora ávida, canhota e macaense. Acompanhe sua trajetória acadêmico-profissional em https://br.linkedin.com/in/mariahguedes.