Pagamos um preço alto por sermos movidos pelos afetos. Num mundo onde as relações são líquidas, cruzar com quem é da mesma tribo é loteria. Mesmo assim, cabe lembrar que entre os riscos também existem as delícias das surpresas felizes. De onde menos se espera pode vir a empatia.
Esta beleza escondida dentro das pessoas, na verdade, me encanta. Nem sempre explícita, com aparência de indiferença, mas que pode ser medo da entrega. Afinal, quando nos permitimos sentir podemos nos fragilizar. A verdade é que, mesmo onde o sentimento não tem cabimento, ele pode fazer morada.
Somos energia, temos conexões e nem sempre óbvias, mas que podem ser intensas. Aceite! Ninguém passa pela nossa vida por engano e nem por acaso. Agradeça. Acolha quem chega na sua história novinho em folha ou de novo. As pessoas se transformam e como já me disseram um dia, recomeçar não é fraqueza, pois temos a vantagem de iniciar pelo meio, onde já nos conhecemos mais e melhor.
Gosto de quem desperta o melhor que posso ser. O coração precisa de alegrias. Já entendi que de pétala em pétala a gente se torna flor, sendo assim, busco ressignificar as mazelas, transformando o desânimo em coragem, me acolhendo mais, pois consigo identificar quando preciso de um abraço.
Que eu tenha sensibilidade para aceitar os descaminhos, viver os encontros. Longe de mim passar por essa vida em vão, sem sintonia com as pessoas, sem ouvir o outro de coração aberto. E, mesmo que passe como uma tempestade ou um arco-íris, valerá a pena pela intensidade ou beleza do encontro.
Sem que a essência se perca, cada nova fase irá demandar uma outra versão. É fato! Então, lembro da metamorfose das borboletas. Depois que saem do casulo, elas têm uma vida intensa, embora não seja longa. Entender que não dominamos o tempo nos instiga a viver mais e melhor o nosso período por aqui.
É o meu tempo de borboleta, que deseja voar e conhecer novas paisagens. Quando decidimos ser felizes, as outras resoluções ficam evidentes. Então, que os dias de amor sejam longos e leves, para que tenham sabor e cor.
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Neusa Medeiros é jornalista, com pós-graduação em Metodologia do Ensino Superior. Sócia-diretora da empresa Edição 3 – Comunicação Empresarial, com diversificada atuação na área. Atuou, por vários anos, como assessora de imprensa e professora universitária na Unisinos, e como colunista no Jornal VS, do Grupo Editorial Sinos, onde segue como colaboradora.