Do LinkedIn de Wilson Costa Bueno. Comentário: Manoel Marcondes Neto.

Deu hoje no LinkedIn do Prof. Wilson Costa Bueno:

Os funcionários são protagonistas e sujeitos. A expressão “público-alvo” está p’ra lá de equivocada!

Muitas organizações levam tempo demais para perceber as mudanças significativas que ocorrem no mundo do trabalho e no universo da comunicação. Por isso, contratam gestores que têm uma percepção equivocada sobre a condição dos profissionais que os cercam.

Os “chefes do pessoal” se referem aos funcionários ou servidores como “público-alvo”, expressão que merece reparos porque legitima a condição de meros subordinados àqueles que deveriam ser, efetivamente, reconhecidos como protagonistas. Não é fácil encontrar líderes autênticos que prezam o diálogo e que assumem os funcionários ou servidores como sujeitos.

O funcionário e o servidor não são alvo coisa alguma, não são figuras estáticas que estão à mercê das empresas e dos gestores, e que podem ser atingidos (como alvos) por suas mensagens ou ordens, mas pessoas em movimento que têm vez e voz, e que respondem pelo desempenho saudável e produtivo das empresas ou instituições.

É preciso desenhar? Os trabalhadores não podem ser percebidos como meros objetos, não são “público-alvo”, porque eles pensam, interpretam as mensagens de produtos e serviços que lhes são encaminhadas e, inclusive, reagem a elas, muitas vezes de maneira bastante negativa.

Está na hora, portanto, de rever os conceitos, de planejar a comunicação interna e de colocar no fundo do lixo a proposta que contempla os funcionários e servidores como mera mão de obra.

Os gestores que pretendem ser reconhecidos como líderes, mas ainda se sentem comprometidos com esta percepção equivocada, ultrapassada, em relação aos seus públicos internos , precisam imediatamente dar meia volta e seguir um novo caminho.

A expressão “público-alvo” deve ser utilizada (eu acredito que deva ser evitada!) com muito cuidado porque ela legitima um conceito (e um preconceito) que está fora do tempo e de lugar.

Nada de público-alvo! Os trabalhadores são sujeitos e protagonistas da sua história e do futuro das organizações.

Defendemos, em outro artigo (link), a necessidade de se conjugar “público interno no plural” , visto que nas empresas ou organizações trabalham “públicos internos”, com perfis, demandas e expectativas plurais e distintas.

Em tempo: tenho implicância também com o termo “colaboradores” porque, em muitos casos, ele é utilizado de maneira inadequada e remete a um discurso organizacional hipócrita. Os trabalhadores só são efetivamente colaboradores quando a empresa permite ou merece que eles assumam esta condição. Os vídeos institucionais de muitas organizações proclamam (já ouviu isso, não é?): “os colaboradores são o nosso maior patrimônio”, mas os demitem impiedosamente, sem aviso, em situações de crise. Estou errado?

COMENTÁRIO

Mais uma vez, aplaudo-o, professor. Mais nada acrescento além de link para artigo de uma colega, também professora e cofundadora do O.C.I., Lúcia Duarte, que bem retrata as “mudanças significativas” que precisam ser assimiladas por quem se pretende gestor.

LINK – https://observatoriodacomunicacao.org.br/artigos/contribuicao-para-o-estudo-de-publicos-de-rp-por-lucia-duarte/