Bora trabalhar!
Marco saiu bem disposto na 2a. feira cedo, entrou no ÔNIBUS da Fênix e reencontrou vários colegas. Estava elegante, como sempre, com a camisa do UNIFORME bem passada, a barba impecável, o CRACHÁ bem posicionado. Ele era curioso, sempre lia o JORNAL MURAL na entrada da empresa. Tinha prazer em admirar a LOGO da Fênix, que ficava em evidência no alto de seu belo PRÉDIO. BATEU O PONTO bem rápido, pois tinha uma REUNIÃO logo cedo na SALA do Presidente. O dia estava cheio de compromissos: almoço com sua equipe no REFEITÓRIO, COMEMORAÇÃO de ‘aniversariantes do mês’ e outras TAREFAS.
A metáfora do iceberg
Se você está se perguntando o que esta descrição pitoresca de um dia de trabalho desse tal de Marco relaciona-se com este artigo, lhe convido a conhecer ou relembrar a teoria de Schein (*) sobre cultura organizacional.
Explicando de maneira bem sintética, o estudioso apresenta um modelo de cultura, representada por um iceberg, dividido em três níveis:
a) artefatos e comportamentos; b) normas e valores expostos; e c) pressupostos.
As camadas menos tangíveis são relacionadas a aspectos sociais e psicológicos. Envolvem a filosofia da empresa, crenças inconscientes, percepções, sentimentos etc.
Já os artefatos são os elementos mais visíveis da organização. Envolvem estruturas e processos organizacionais que nem sempre são simples de serem interpretados, mas geralmente são mais fáceis de decifrar e mudar.
Segundo Freud, a porção visível do iceberg é a nossa consciência e a parte invisível é o inconsciente. Interessante relacionar este pensamento à nossa personalidade assim como à cultura de uma empresa, não é mesmo?
Ah! As palavras acima, em letras maiúsculas, são justamente alguns exemplos de artefatos da empresa do Marco. Captou?
Mergulhando fundo
Registro, aqui, algumas reflexões que tenho feito e abordado com outros profissionais.
Os artefatos da sua empresa ‘enfraqueceram’ no contexto da pandemia? Eles são/eram relevantes? Novos artefatos já surgiram ou serão reinventados no ambiente virtual?
Os valores da sua organização são/serão os mesmos? Vale a pena revê-los, revisitá-los? Quais valores são inegociáveis, imutáveis, que representam realmente o DNA da empresa?
A liderança é forte? As narrativas são uníssonas? Como fortalecer aspectos da cultura sem o contato físico, a troca presencial e os líderes ‘presentes’?
Se a cultura da sua empresa é mais relacional, de que maneiras você tem fortalecido os vínculos?
Ufa! Um bocado de perguntas que valem a pena ser consideradas e analisadas. Cultura é algo complexo, dinâmico e relaciona-se diretamente com produtividade e desempenho. O momento é ímpar, portanto, para estas ponderações: revisitar elementos da cultura e a maneira como traduzimos os comportamentos, valores e propósito da empresa.
Afinal, se a expressão ‘apenas a ponta do iceberg‘ é usualmente aplicada para nos referirmos a uma situação complexa e obscura, imagine este iceberg nos tempos ‘covidianos’? Um marco para o Marco e para muitas organizações.
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(*) Edgar Schein é um conceituado psicólogo social nascido em 1928, em Zurique, com nacionalidade americana. É uma importante referência no campo do desenvolvimento organizacional, em especial, desenvolvimento de carreira e cultura organizacional.
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Varda Kendler é mestre em Administração com formação em Publicidade e especialização em Marketing, Comunicação Empresarial e Gestão Estratégica da Informação. Tem experiência, em empresas de grande porte, em gestão da comunicação integrada, cultura organizacional e marketing. Atua como educadora, consultora e empreendedora.