A potência da cultura. Por Cristiana Aguiar.

Gosto da frase de uma música do Bryan Berh, “a vida é boa com você”, porque ela nos remete à reflexão sobre a força da companhia.

E aqui, fazendo um preâmbulo, comparo a força da companhia com a forma da companhia como instituição, a força da empresa.

A força de uma instituição é a sua cultura! E, assim como uma pessoa pode nos trazer tanta alegria a ponto de querermos congelar o tempo quando estamos ao lado dela, podemos também nos apaixonar pela cultura de uma empresa.

De acordo com um estudo realizado pela Kaspersky com mais de 8 mil profissionais em 18 países, 53% dos brasileiros pretendem trocar de emprego e, dentre as principais motivações, está a importância do equilíbrio entre vida pessoal e profissional.

A pandemia trouxe um aumento da percepção das pessoas sobre o que realmente vale a pena e uma maior compreensão sobre as trocas que estão dispostas a fazer.

Diante desse movimento os quatro principais motivos para pedidos de demissão são: cultura tóxica das companhias, insegurança dentro da organização, excesso de pressão e falta de reconhecimento profissional.

A questão: trata-se de uma nova forma de nos relacionamos com o trabalho.

Dentro desse contexto, encontramos um novo olhar para a importância da cultura organizacional. Como Peter Drucker disse certa vez – mais uma de suas famosas frases -, “a cultura come a estratégia no café da manhã”. Onde não há cultura aliada à estratégia, não há êxito.

A cultura precisa ser clara, forte e vivenciada por todos.

Recentemente, lendo sobre problemas que levaram duas astronaves enviadas ao espaço pela NASA explodirem no ar, os fatores que mais contribuíram para tais duas tragédias foram: cultura da autoconfiança exacerbada, medo de demonstrar fragilidade por parte dos gestores, e, principalmente, falta do exercício de repensamento.

Em uma cultura na qual não podemos admitir falhas, quem ousará apontar possíveis defeitos? É assim que plantamos a semente para a cultura menos agradável e “mais encantadora” de todas; a cultura do medo.

Pesquisas relatam a correlação entre acidentes aéreos e a cultura do medo. Houve mais acidentes nas empresas onde predominava a cultura do medo.

Dificilmente somos felizes em empresas onde não podemos expressar nossas ideias. Pessoas felizes são 31% mais produtivas, logo, vale a pena prestar atenção na experiência dos colaboradores.

Dar mais atenção a detalhes, ouvir as pessoas com respeito, proporcionar ambientes confiáveis nos quais as pessoas possam expor suas ideias: está aí uma ótima receita para colher bons frutos como criatividade, cocriação, inovação e melhoria contínua!

Concentre-se no jeito como as coisas são realizadas hoje e se dedique para que sejam feitas de uma forma que você tenha o sucesso que deseja alcançar amanhã. Apaixone a sua equipe! Porque existe um “jeito certo” de fazer as coisas.

Cristiana Aguiar é economista, especialista em gestão empresarial e gestão de pessoas. Membra do Conselho Empresarial de Governança, Compliance e Diversidade da Associação Comercial do Rio de Janeiro, sócia-fundadora e CEO da Jeito Certo Consultoria, e membra do Compliance Women Committee. Tem diversos artigos publicados no Jornal do Brasil, ACRJ e Ecommerce Brasil. É apaixonada por gente e gestão de empresas, e vê como sua principal missão profissional ajudar pessoas a agregarem valor ao trabalho.