“A Escola de Frankfurt teve seus alicerces fundados em 1923. Nesse ano, Félix Weil realizou um congresso acadêmico de sucesso que reuniu os principais pensadores marxistas da época.
Contudo, a fundação do “Instituto para Pesquisa Social” (Institut für Sozialforschung) se daria somente em 22 de junho de 1924.
Era um anexo da Universidade de Frankfurt que estava sob a direção de Carl Grünberg. Ele dirigiu a instituição até 1930, ano em que assume Max Horkheimer.
Mais tarde, com a ascensão do nazismo, o instituto é transferido para Genebra e Paris. Em 1935, foi transferido para Nova Iorque, Estados Unidos.
Ali, será acolhido pela Universidade de Colúmbia, até 1953, quando o Instituto para Pesquisa Social retorna à Frankfurt definitivamente”. [1]
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O célebre capítulo “Indústria Cultural”, no livro “Dialética do Esclarecimento” (1944), de onde foram retirados os trechos citados a seguir [2], foi escrito em um tempo que o meio rádio prevalecia ao lado dos jornais impressos. Tempo de veículos forjados no ideal de jornalismo como prestação de serviços noticiosos baseados na reportagem de fatos.
O episódio bizarro protagonizado por Orson Wells – que numa transmissão ficcional (de invasão da Terra por alienígenas) por rádio colocou em pânico os ouvintes é de 1938.
A televisão estava em estágio de experimentação. Uma transmissão inaugural foi feita na Alemanha em 1936 com vistas aos Jogos Olímpicos de Berlim.
Naturalmente, como empreendimentos comerciais, jornais e rádios sobreviviam – e sobrevivem – na base da propaganda paga (advertising).
Os serviços de relações públicas – encarregados de divulgação não paga (publicity) – já existiam, mas ainda em tenra idade.
A crítica central dos frankfurtianos de então era a manipulação das massas a partir de “produtos” industriais – numa “cultura de massa”, algo que não pode ser confundido com cultura popular, embora uma certa confusão mal-intencionada seja muitas vezes feita entre esses dois conceitos.
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Emissoras de TV, hoje, são como dinossauros em extinção pós-meteoro. Mesmo as “por assinatura”. O nome do meteoro: streaming.
Os teóricos da disciplina “Meios de Comunicação de Massa” (MCM), nos anos 1970/80, repudiavam-nas (como “o grotesco”) e a palavra sempre presente nas aulas que assisti sobre o tema – tanto na graduação quanto na pós – era manipulação. Agora, por conveniência político-partidária, esses mesmos teóricos de MCM as defendem… mas… “a pasta não volta ao tubo do dentifrício”.
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[1] Texto rápido sobre a Escola de Frankfurt – LINK – https://www.todamateria.com.br/escola-de-frankfurt/. [2] Trechos da obra “Dialética do Esclarecimento” por mim entremeados com pensamentos de Walter Benjamin (autor do célebre artigo “A obra de arte no tempo de sua reprodutibilidade técnica”) e de Umberto Eco (autor do fundamental “Obra aberta”) – LINK – https://marketing-e-cultura.com.br/website/teoria/teo001-b.php?cod_artigo=26. (A ousadia do compilador – que cometeu este patchwork como se uma entrevista fosse – repousa no desespero de conseguir que uma turma de extensão se familiarizasse com tais autores fundamentais para a compreensão da tal “produção artístico-cultural”).