PROBLEMAS PARA DESIGNERS – Lugar de tampinha plástica não é na areia. Por Gisela Monteiro.

Um ponto que chama atenção em especial no lixo da praia é a tampinha de garrafa pet, que existe aos montes espalhadas em toda a areia.

O fato é que elas deveriam ser descartadas nas latas de lixo, mas podemos ir além. O ideal seria repensar a própria garrafa pet e seu fechamento, para evitar que a tampa se separe do corpo. Mudança semelhante foi feita com as latas de bebida em alumínio, com a criação das chamadas “tampas ecológicas”, que permanecem ligadas à lata mesmo depois de abertas. Isso possibilita sua reciclagem junto com o corpo da lata, e, também, evita acidentes, já que ela não fica no chão como acontecia com as tampas das latas antigas.

Enquanto isso não é feito, é preciso dar um destino adequado à estas tampas, ou seja, encaminhá-las para a reciclagem. Inclusive, existem projetos que se encarregam de centralizar esse recolhimento, através de pontos de coleta espalhados pela cidade. Uma vez reunidas, as tampinhas são vendidas para empresas de reciclagem, gerando recursos para beneficiar pessoas necessitadas. Um exemplo é o projeto “Rodando com tampinhas”,  no Rio de Janeiro. Com 195 mil tampinhas recolhidas (que equivalem a 400 kg de plástico), é possível gerar recurso suficiente para a aquisição de uma cadeira de rodas, que é encaminhada para a ABBR (Associação Brasileira Beneficente de Reabilitação) do Rio de Janeiro.

É vantagem para todo mundo!

Gisela Pinheiro Monteiro é professora de Desenho Industrial da Universidade Federal Fluminense. Doutora e mestre pelo Programa de Pós-Graduação em Design da ESDI/UERJ, na linha de pesquisa ‘História do Design Brasileiro’. É também graduada pela mesma instituição com habilitação em ‘Projeto de Produto e Programação Visual’. Possui formação técnica em Design Gráfico pelo Senai Artes Gráficas do Rio de Janeiro e experiência na prática do Design, tendo sido responsável por diversos projetos para empresas.