A orla de Copacabana é o lugar de inúmeros hotéis, geralmente os mais luxuosos. No entanto, desconfio que seus administradores não percebem a sujeira da areia em frente aos seus empreendimentos. Talvez, porque não frequentem a praia e, de longe, a beleza da paisagem prepondera.
O curioso é que vários hotéis reservam uma faixa da areia com barracas, cadeiras e um ou dois seguranças para seus hóspedes (o chamado “serviço de praia”). Porém, essa estrutura é montada sobre um monte de lixo, que para muitos parece ser invisível: tampas de garrafa pet, canudos e os plásticos transparentes que os envolvem, lacres usados em eventos na praia, talheres descartáveis etc. Em uma simples caminhada do calçadão até mar (ida e volta), consigo encher um saco de lixo. Sinto muita vergonha de ver turistas entrando em contato com esta triste realidade, até porque não precisava ser assim. Não sei como os hotéis não percebem que isso pode vir a afastar os hóspedes.
Ao contrário, eles poderiam dar o exemplo, fazendo da faixa de areia que ocupam o lugar mais limpo da praia. E os designers poderiam ajudar nesta tarefa, pensando, por exemplo, em equipamentos eficientes, como lixeiras e vassouras, personalizados para cada hotel. O cuidado com os clientes vai fazer a diferença.
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Gisela Pinheiro Monteiro é professora de Desenho Industrial da Universidade Federal Fluminense. Doutora e mestre pelo Programa de Pós-Graduação em Design da ESDI/UERJ, na linha de pesquisa ‘História do Design Brasileiro’. É também graduada pela mesma instituição com habilitação em ‘Projeto de Produto e Programação Visual’. Possui formação técnica em Design Gráfico pelo Senai Artes Gráficas do Rio de Janeiro e experiência na prática do Design, tendo sido responsável por diversos projetos para empresas.