PAPO DE TERÇA - Processos, empatia e as teorias da comunicação no dia a dia das agências de publicidade. Por Nathália Corrêa.

No mercado publicitário, seja dentro das grandes agências, daquelas tradicionais, ou das menores, é comum o uso de nomenclaturas que expressam diferentes práticas para auxiliar na organização de tarefas e na comunicação interna. Todo profissional da área já ouviu termos como briefing, brainstorm, mood, entre outros. Somados às teorias como criação de persona, análise swot, funil de vendas e o bom e nunca velho planejamento, formam os ingredientes imprescindíveis para qualquer job se tornar uma receita de sucesso!

Sala com vista para os arranha-céus da cidade de São Paulo, prêmios conquistados pelas peças publicitárias sempre à vista, cheiro de café exalando pelo ambiente a qualquer hora do dia, criatividade presente em cada pequeno detalhe das salas, estrategicamente pensadas para deixar a imaginação fluir. A propaganda perfeita criada para os dias de vida real quase sempre imperfeitos.

Departamento de criação em reunião. ‘É preciso entender a dor do cliente e ter empatia com o seu público’. A frase que mais se escuta entre discussões de briefings, brainstorms ou defesa de campanhas. Após um silêncio… ‘Quero desse jeito e não discutam’, grita o CEO da agência, bate a porta e sai.

Departamento de redes sociais em reunião. Como todo conteúdo, seja digital ou não, planejamento é imprescindível. Após a apresentação dos próximos 30 dias de postagens e alguns elogios, fim de reunião. Trinta minutos depois, CEO da agência muda de ideia e cai o planejamento, pois teve uma ideia melhor. Job redobrado para ontem.

Briefing? Ah! Escute os áudios no WhatsApp e veja se pegou a ideia.

O dia a dia de uma agência de publicidade pode ser conturbado, com demandas que surgem da noite para o dia sim, pois a comunicação é dinâmica. Mas, os procedimentos existem para serem seguidos sempre que possível e transformar uma rotina que pode ser cansativa em uma montanha russa, ao menos, divertida. Já se questionou quantos gurus do marketing aplicam as teorias que pregam longe dos holofotes das redes sociais? Será que a empatia, palavra do momento, sobrepõe ao ego dos diretores de publicidade?

É tão necessário entender a dor do cliente como é urgente enxergar a dor de uma equipe, já que comunicação se faz com mentes sadias que criam trabalhos brilhantes.

Imagem: Volodymyr Hryshchenko por Unsplash.

Nathália Corrêa é bacharel em Comunicação Social pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) e tem MBA em Marketing Digital. Atua na gerência de marketing e mídias sociais.