O paradoxo da liderança. Coração de líder – a essência do líder 'coach'. Por Flávia Ferreira.

De acordo com a definição do dicionário Aurélio, líder é a pessoa que exerce influência sobre o comportamento, pensamento ou opinião dos outros. Ao longo da história mundial tivemos todos os tipos de líderes, e pode-se destacar os principais influenciadores de movimentos e revoluções globais, tais como: Nelson Mandela, Martin Luther King e Hitler, cada um com suas particularidades e crenças, mas que em comum lideraram centenas de milhares de pessoas com suas ideologias, algumas delas muito presentes nos dias atuais.

Mas se pensarmos no ambiente empresarial, qual seria o entendimento quanto ao líder? Se você perguntar aos colabores de uma empresa qual seria a principal característica de um líder e de um chefe, é bem provável que lhe respondam que o chefe é o ser autoritário que manda a equipe trabalhar por ele e o líder é o ser participativo, que leva a equipe ao cumprimento das metas. Mas será que tudo se resume a isto mesmo, principalmente em tempos de crise onde as empresas se veem obrigadas a cortar custos, reduzir jornadas de trabalho e até impor certas escolhas para evitar a demissão em massa?

No livro ‘Coração de líder – a essência do líder-coach’, de Marco Fabossi, alguns paradoxos do espírito de liderança são trazidos à luz. Creio que o principal ponto que me chamou a atenção foi a o fato de que o autor identifica essa persona como alguém que leva os outros a atingir o seu potencial máximo sem pensar nas vantagens que poderá ter com isso.

Em seu blog, Fabossi listou quatro principais pontos deste paradoxo:

1 – A liderança não se conquista pela posse, mas pelo exercício, ou seja, ela não tem relação com cargo, posição ou título, mas é uma escolha que se revela no exercício diário de atitudes que demonstrem interesse genuíno no bem-estar das pessoas, e não apenas nos resultados que elas podem entregar.

O autor também revela que a conquista da liderança, por mais que seja vista como um processo, ela é algo em contínua construção, não possuindo um fim, pois é fruto do aprendizado constante e desafiado diariamente pelos acontecimentos do micro e macro ambientes, como estamos vendo em períodos de pandemia pelo novo Coronavírus.

2 – O líder que não serve não serve para ser líder. Aqui, em minha opinião, está um dos maiores paradoxo e que com o tempo pude perceber que muitos líderes ainda o enxergam de forma deturpada. O que seria isso? Não necessariamente o líder é aquele que está no topo da cadeira hierárquica da empresa, então não tem relação em ter o poder, mas em ter autoridade sobre a equipe – autoridade e não autoritarismo – , precisamos entender a diferença. As pessoas, acima de tudo, confiam no líder.

Marco Fabossi traz uma reflexão interessante: ‘Quem deseja conquistar a liderança, porém, ainda que sua posição hierárquica lhe propicie poder e controle, prefere estabelecer relações de confiança, buscando entender as reais necessidades das pessoas, para então servi-las, provendo o que elas verdadeiramente precisam’.

3 – O líder se torna o ‘número um’ colocando as pessoas em primeiro lugar. Quando há o interesse genuíno pelas pessoas, enxergando-as como humanos com suas falhas e necessidades, bem como a sua bagagem, e não como máquinas, priorizando a ‘confiança e o serviço’ e não o ‘comando e o controle’, aí passa a ser legitimado por sua equipe. Aqui se faz necessário entender que a identificação do líder não é feita de forma unilateral, mas sim de forma coletiva.

4 – Quanto menos as pessoas precisam de você, mais líder você é: ‘Verdadeiros líderes trabalham para tornar sua presença cada vez menos necessária, desenvolvendo profissionais e equipes autônomas e resilientes, porque sabe que o reflexo do sucesso de sua liderança está naquilo que acontece na sua ausência, e não em sua presença’.

Com informações de Blog do Fabossi.

Flávia Ferreira é jornalista pós-graduada em Gestão Estratégica da Comunicação. Com mais de 10 anos de atuação profissional, já navegou pelo terceiro setor, o setor público e o privado, sempre trazendo o viés social para o trabalho cotidiano, seja com comunicação corporativa, gestão de marcas ou reportagens de campo.