NOVA COLUNA: Influenciadores, marcas e mídias sociais. Por Priscilla Nunes Peixoto.

Antes de começar oficialmente esta coluna, quero apresentá-la com um questionamento para você, leitor: como você tem agido no mundo à sua volta? Permita-me fazer essa pergunta de uma outra forma, mais objetiva: atualmente, suas ações cotidianas são mais executadas no ambiente off-line ou on-line? Mais um que o outro? Ambos? O que vale ressaltarmos é que hoje é praticamente impossível para uma empresa viver longe do ambiente digital. Isso porque, apesar de atuar nos mais diversos âmbitos, é na internet que o consumidor encontra um espaço para divulgar suas opiniões constantemente, além de participar na troca de conhecimentos com outros usuários.

Vemos, então, que o usuário não mais se contenta com o papel de mero receptor. Após receber a informação, ele deseja criar um posicionamento e divulgá-lo para uma maior quantidade de pessoas. Se antes sua atuação era mais “estática”, hoje a era digital faz com que as ações de informação executadas nesse ambiente sejam melhor interpretadas pelas marcas, de modo a identificar um perfil aproximado do potencial cliente.

Também é na internet que a produção de conteúdo se potencializa. Mais que saber “o que” falar, é preciso saber “como”, “onde” e “para quem” falar. Um estudo realizado no Canadá pela Microsoft (2015) mostrou que o tempo médio de atenção do ser humano tem a duração de oito segundos. Dados como este representam um desafio enorme para as empresas, pois mostram que a informação se tornou um bem valioso. Atualmente, o processo de filtragem e interpretação de dados envolve uma gama de questões originadas a partir de perspectivas individuais e coletivas.

E é graças à produção de conteúdo que surgem as personalidades conhecidas como “influenciadores digitais”, indivíduos que estão constantemente nas mídias sociais e trabalham produzindo conteúdos a fim de obterem aprovação do público. Segundo uma pesquisa realizada pelo Instituto Qualibest (2019), em parceria com a Spark, 76% dos internautas brasileiros consomem produtos ou serviços indicados por influenciadores.

YouTubers, instagrammers, tiktokers, entre outras nomenclaturas, os influenciadores digitais se destacam por pautarem discursos e comportamentos, além de mobilizarem seguidores para executarem ações específicas. Buscando se diferenciar das celebridades tradicionais, são pessoas que utilizam uma comunicação aproximativa atuando em nichos de mercado. Alguns investem nessa prática como uma profissão, visando o lucro a partir da interação nas mídias sociais.

Atualmente, as marcas vêm optando por trabalhar com influenciadores para a divulgação de ideias, produtos e serviços. Isso porque a imposição de uma campanha publicitária na mídia tradicional gera menor engajamento quando recomendada por uma celebridade. Esse é o desafio atual das empresas: personificarem suas ações a ponto de serem influentes no ambiente digital (TERRA, 2021).

A chegada da Covid-19, entre outras consequências, trouxe maior presença do indivíduo na internet e a necessidade imposta por ele: o posicionamento e o propósito das marcas. Empresas tiveram que reformular suas atitudes, agindo de forma responsável e empática com os públicos estratégicos. Estamos trabalhando com um novo usuário, com olhar crítico e capacidade de diferenciar um discurso verdadeiro do que se configura como uma fala “roteirizada”.

Diante desse cenário, nada mais satisfatório que abordar a cultura dos produtores de conteúdo e o comportamento das marcas a partir do uso das ferramentas tecnológicas. Sendo assim, é com imenso prazer que apresento a coluna “Influenciadores, marcas e mídias sociais”. Ah… quase ia esquecendo de me apresentar: sou Priscilla Peixoto e te convido a conhecer esse universo comigo. Vamos lá?

Referências

LEVIN, T. 76% dos internautas são impactados por influenciadores. Disponível em: https://www.meioemensagem.com.br/home/marketing/2019/12/05/76-dos-internautas-sao-impactados-por-influenciadores.html. Acesso em 1 abr. 2021.

SUZUKI, A. Hoje, o tempo de atenção de um humano é menor que o de um peixinho-dourado. Disponível em: https://www.tecmundo.com.br/comportamento/80090-tempo-atencao-humano-menor-o-de-um-peixinho- dourado.htm#:~:text=De%20acordo%20com%20o%20estudo,%20o%20tempo%20m%C3%A9dio,resultado%20com%20humanos%20havia%20sido%20de%2012%20segundos. Acesso em 4 mar 2021.

TERRA, C. F. Marcas influenciadoras digitais: como transformar organizações em produtoras de conteúdo digital. Difusão Editora. São Caetano do Sul, São Paulo, 2021. 119 p.

Priscilla Nunes Peixoto é bacharel em Relações Públicas pela Universidade Federal de Alagoas (UFAL), especialista (MBA em Gestão de Marketing) pela Universidade Cândido Mendes (UCAM-RJ) e mestra em Ciência da Informação pelo PPGCI/UFAL. Também é coordenadora Institucional do Coletivo Errepê, atuando na produção de conteúdo com profissionais de Relações Públicas e Jornalismo. Possui experiência na elaboração de textos e apresentações em eventos acadêmicos, bem como em cerimonial, eventos, marketing digital, influenciadores, planejamento de comunicação e marketing, e mídias sociais.