O cenário da comunicação está passando por uma transformação silenciosa, mas impactante, impulsionada pelo avanço da Inteligência Artificial (IA).
Segundo um estudo do Fórum Econômico Mundial, aproximadamente 75% das empresas planejam investir em IA nos próximos anos, e esse investimento não se limita apenas à automação de processos, mas permeia profundamente o tecido comunicacional.
A popularização de aplicações de IA, como o ChatGPT, tem sido um catalisador significativo para essa mudança. Destaco: a IA não é mais um conceito distante. É uma ferramenta tangível que está moldando a forma como nos comunicamos, desde a redação de textos até a interação com o público.
As motivações para a crescente adoção da IA na comunicação são diversas e refletem as demandas modernas. A convergência midiática, caracterizada pela interseção de diferentes plataformas de comunicação, exige agilidade e precisão. Neste contexto, a necessidade de potencializar a produtividade na área de comunicação é crucial, e a IA surge como aliada nesse desafio.
A pressão por informações confiáveis em um mundo inundado por notícias falsas também impulsiona a busca por soluções baseadas em dados. Ressalto: a confiabilidade das informações é o alicerce da comunicação eficaz. A IA oferece a capacidade de analisar grandes volumes de dados de maneira rápida e precisa, fornecendo insights valiosos para os profissionais de comunicação.
Além disso, as organizações estão amadurecendo em sua abordagem comunicacional, compreendendo a importância de se conectar com diversos públicos em tempo real. A inteligência artificial se torna, assim, uma aliada estratégica para os comunicadores, permitindo uma interação mais personalizada e eficiente. Reforço o papel fundamental dos profissionais de comunicação e relações públicas nesse novo cenário: eles são os pioneiros da inovação, sempre na linha de frente; espera-se que atuem como carro-chefe na inteligência empresarial, contribuindo significativamente para o desenvolvimento e a sustentabilidade dos negócios.
As mudanças provocadas pela IA na comunicação são palpáveis. A acuracidade na coleta e análise de grandes volumes de dados permite uma compreensão mais profunda do público-alvo. A automação de tarefas, desde a revisão ortográfica até a distribuição de comunicados à imprensa, libera tempo precioso para atividades mais estratégicas. Enfatizo: a IA não apenas otimiza o trabalho diário, mas também abre portas para possibilidades inexploradas; projetar, simular e ratificar ações, campanhas e projetos torna-se mais tangível com o poder da IA, possibilitando, por exemplo, testes A/B gerados e distribuídos por aprendizado de máquina nas redes sociais.
Em suma, o uso da Inteligência Artificial na comunicação é um campo em constante evolução. Os profissionais da área são desafiados a acompanhar o surgimento de novas ferramentas, aplicando-as com critério. Concuo: a atualização constante é essencial; estamos apenas começando a desvendar o potencial transformador da IA na comunicação, e os profissionais devem estar preparados para navegar nesse novo território com maestria.
–
Eduardo Micheletto é jornalista e radialista pós-graduado em Comunicação Organizacional e em Comunicação & Marketing. Atualmente é Diretor da Micheletto Comunicação.