Minimalistas - quem são estes consumidores? Por Naomi Tatekawa.

Devo começar este texto dizendo que ser minimalista não é ser contrário ao ‘maximalismo’, ou ao tão conhecido, ‘consumismo’.

Minimalismo nada mais é do que a busca do mais simples da vida, daquilo que realmente é importante e gera menos impacto ao seu meio, gerando assim mais felicidade e prazer para aqueles que praticam este modo de vida.

O minimalismo nasceu no meio artístico e cultural, onde existiu a necessidade de fazer uso de poucos elementos fundamentais como base de uma expressão própria. Trata-se de um movimento que surgiu no final do século XX, mas vem ganhando mais adeptos e reconhecimento nos últimos anos, passando assim a ser considerado um estilo de vida que vem ganhando mais simpatizantes a cada ano.

Mas, afinal, quem são estes consumidores minimalistas? São pessoas que pagam por aquilo que precisam e não pelo que querem, sendo assim o ‘precisar’ torna-se muito mais forte do que o ‘querer’. Ser minimalista não está ligado necessariamente a uma questão financeira, mas sim de um ponto de vista – uma escolha pessoal – por uma vida mais simples, com valores próprios de quais são suas prioridades. Sendo assim, apesar de frequentarem shopping, lojas, supermercados e afins, minimalistas optam por não realizarem compras apenas pelo desejo de comprar, mas optam somente por aquilo que precisam.

Um minimalista não necessariamente é aquela pessoa que faz diversos sacrifícios pessoal, larga tudo da sua vida e vai morar em uma cabana, no meio do mato, sendo autossuficiente e se privando de inúmeras coisas (na verdade isso se chama ascetismo). Ao contrário do que se pode pensar ele pode sim ter um bom carro, um bom relógio ou um bom par de sapato, mas desde que seja uma necessidade e escolha pessoal, que seja o suficiente para ele. Ser minimalista é optar por ter um único par de sapato, por exemplo, ao invés de uma grande coleção, porém este único par de sapato pode lhe custar algumas centenas de reais, desde que ele realmente precise dele.

Como convencer alguém que precisa de algo? Como convencer pela opção por um produto ao invés de outro, uma vez que ele consome tão pouco? Convencendo-o que seu produto possui uma qualidade superior aos seus concorrentes, mas que não houve agressões ao meio ambiente, ou ao meio que vivemos, para garantir essa qualidade. Mostrando que há uma preocupação genuína com a sua produção, e com quem o consome.

Fica aqui acordado então que minimalismo é um estilo de vida que busca um sentindo, felicidade e prazer através do mais simples da vida, sem rótulos ou estigmas predefinidos, em que há sim consumo de produtos, porém de uma forma muito mais consciente. Não se trata de uma religião, seita ou apologia contra o ato de consumir, mas somente há um direcionamento para ‘eu realmente preciso disto?’.

Será que após vivermos este momento de conscientização oriunda da pandemia que vivemos, teremos mais adeptos ao minimalismo?

Naomi Tatekawa, graduada em Relações Internacionais, especialista em Inteligência de Mercado, com experiência de 10 anos nos maiores e mais renomados institutos de Pesquisa de Mercado do mundo. Durante estes 10 anos foi responsável pelo gerenciamento de alguns projetos importantes do mercado no segmento de Consumer Experience.