Todas as coisas estão interligadas e se conectam umas às outras.
Em um outro texto aqui no Observatório da Comunicação Institucional, escrevi um pouquinho sobre isso, especialmente em como a desorganização impacta a vida de outras pessoas, machucando seus corações.
Hoje, eu continuo com aquela visão e pensamento, mas passando por uma outra situação.
Fui ao médico para uma consulta de rotina e precisei agendar alguns exames. No telefone, a pessoa foi super cordial comigo, informou as possibilidades de horários, quanto tempo eu deveria chegar com antecedência e o jejum que deveria ser feito para realizar o procedimento. Para minha sorte, consegui um horário no mesmo dia – seria possível encaixar com o meu trabalho e ainda ia sobrar tempo para fazer as outras atividades com que havia me comprometido.
Ao chegar no laboratório, ao contrário do que havia sido transmitido pelo telefone, a minha experiência foi completamente diferente e desprazerosa. O local era extremamente barulhento e quando chegou a minha vez de ser atendida, não conseguia compreender nada do que a pessoa me falava. Passei os meus documentos, falei qual exame era e fui questionada se havia feito o preparo. Informei que sim, que o jejum de – longas 6 horas – havia sido feito. Mas para minha surpresa, era necessário ter tomado uma medicação com 24 horas de antecedência, o que não me foi informado no telefone, mesmo porque eu agendei a consulta no mesmo dia em que o exame seria feito.
Só por essa passagem, já fica nítido o quanto uma pequena informação faz diferença no dia e na vida de uma pessoa. Eu havia modificado a minha agenda para conseguir ir ao exame, precisei pegar (e pagar) por um transporte para chegar até lá, enfrentar fila e voltar para casa – porque não deu certo, já que uma informação crucial não foi transmitida.
No dia, é claro que eu fiquei irritada, mas ainda consegui olhar para o cenário e pensar que tudo aquilo poderia ter sido evitado e “remediado” se algumas condutas tivessem sido diferentes. Se a pessoa ao telefone tivesse sido bem treinada, por exemplo, ela saberia todo o protocolo que antecede o exame. Se existisse um check-list para ser seguido, esse desencontro teria sido evitado. Se as pessoas se lembrassem do seu público-alvo na hora de comunicar a situação poderia ter sido ser diferente. Se na base da empresa estivesse a cultura, os princípios e os valores, isso não teria acontecido e não haveriam tantos comentários detratores da marca nas plataformas de avaliação.
Percebe como todas as coisas estão interligadas?
Assim como na natureza – em que todas as coisas estão conectadas -, isso também acontece na nossa vida. Em uma empresa ou em uma atividade “simples” mas em que o impacto reverbera em diversas formas e momentos. Plantar uma árvore, por exemplo, é uma coisa simples, mas possui um impacto significativo e que perdura por anos. Não ter uma cultura bem fundamentada, com treinamentos para os colaboradores, práticas diárias de valorização e tantas outras coisas, também pode perdurar por anos, inclusive levando a empresa à falência e impactando diversas outras vidas e camadas: de stakeholders à loja vizinha que espera por aquele fluxo de pessoas na hora do cafezinho.
Tudo está conectado e as nossas atividades interferem diretamente nisso.
Dentro da sua rotina, do seu ambiente de trabalho, você consegue perceber como as suas ações interferem nas de outras pessoas? Consegue identificar como os fluxos da organização podem ser otimizados e potencializados, para que os erros sejam minimizados? Consegue notar como processos e condutas diferentes, visando uma melhor comunicação, pode evitar crises e clientes detratores?
Deixo aqui o meu convite para refletir sobre esse pontos. Vamos lá?
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Bárbara Calixto é graduada em Relações Públicas pela Universidade Estadual de Londrina (UEL) e possui MBA em Marketing pela USP/Esalq. Atualmente, desempenha a função de Analista de Marketing em uma Govtech (Portabilis) e já trabalhou em agências de comunicação, no segmento varejista e indústrias. Além disso, é uma pessoa que ama cozinhar, apreciar a natureza e está sempre disponível para uma boa conversa.