Do you have a story to sell or a story to tell? Por Paula Ribeiro.

O social media tem um lado claro e um lado escuro. O claro é que todos ganharam voz e o escuro é que deu voz a todos! Parece redundância, mas não é! Os conteúdos andam pelas ruas da amargura. E porquê? Porque são concebidos para serem virais em vez de envolver.

Andamos todos muito preocupados em obter likes, seguidores, aquela fotografia perfeita do prato perfeito no restaurante perfeito, a mostrar ao mundo como a nossa vida é fantástica e que estamos motivados até ao tutano. Selecionamos a pose perfeita no evento perfeito, naquela viagem invejável, e por aí adiante… o objetivo é: mundo, estou aqui, olha para mim! Será que isto é mesmo assim? Será que as pessoas andam tão distraídas e despreocupadas com a qualidade dos conteúdos? A minha resposta é não! Não andam!

As pessoas que realmente interessam não andam distraídas, muito pelo contrário. Estão mais focadas que nunca! Eu acredito que todos nós consumimos os conteúdos certos, no momento certo e no formato certo. E isto podem ser muito boas notícias! Pensem comigo…

O marketing digital anda preocupado com os extremos. E quando afirmo isto, refiro-me à preocupação exagerada de fazer chegar uma campanha ao maior número de pessoas possível. Ou seja, a prioridade está na quantidade. No sucesso das métricas. Os likes, o tráfego gerado, as visualizações, o número de seguidores etc.

Será que estes números não nos estão a afastar das pessoas que realmente nos interessam? Aquelas que são realmente importantes para o nosso negócio? Não valerá a pena medir o valor que estamos a acrescentar? É claro que sim! Devemos começar pelo que é importante para os nossos clientes e para o nosso negócio. De outra forma arriscamo-nos a cair no vazio.

O conteúdo de marketing não pode girar só em torno dos números de audiência. Podemos ter casa cheia em número e vazia em interesse, e isso chama-se desperdício! Por isso a pergunta:      – Tens uma história para vender ou uma estória para contar? Que em inglês soa melhor, rima e tudo! Do you have a story to sell or a story to tell?

As estórias são alimento para a nossa imaginação. O TED Talks channel acredita que as estórias definem e afirmam quem somos, levam-nos a experienciar as semelhanças entre nós e os outros de forma real ou imaginária. Ajudam-nos e dão sentido às nossas vidas. E assim emerge mais um conceito importante no mundo do marketing, o de storytelling. Uns dizem que é arte, outros dizem que é ciência e eu digo que são as duas em perfeita sintonia! É como dançar uma valsa. Emoção, conexão humana, saber o que motiva e inspira a ação. Quase poético! E agora? Faz sentido levar toda esta beleza para o mundo dos negócios? Eu digo que sim! Ora vejam.

Se colocarmos o cliente no centro, se pensarmos sobre a sua jornada e na forma como ele encara o mundo todos os dias, quais são os seus desafios e as suas dúvidas? Onde é que ele vai à procura de respostas? O cliente é o herói da nossa estória! Então, como é que nós o podemos ajudar a tornar-se o herói da nossa estória? É este o princípio, é por aqui que a estória deve começar. Depois, é preciso dar-lhe legitimidade e fazer com que seja relevante, útil, verdadeira, muito desejada e inspiracional. Os nossos clientes primeiro são humanos, e depois têm uma profissão. Têm os seus objetivos, os seus desafios e pouco tempo. Mas também têm necessidades, questões e vão precisar de orientação e ajuda.

Use as estórias para entreter, envolver, mas aproveite também para informar e guiar as pessoas. O storytelling é a nova forma de criar conteúdos relevantes, e a relevância é a nova forma de tornar um conteúdo viral! Um bom contador de estórias vai ajudar o seu cliente a ser o herói da jornada, e com isso vai transformar-se também ele no herói da sua própria jornada.

Os clientes são humanos e os contadores de estórias também! Encontrem-se!

Abraço.

Paula Ribeiro
Head of Marketing and communication at bloom up