No mês passado a marca BIS e o influenciador digital Felipe Neto foram os assuntos mais citados nas redes sociais, mas muita gente não entendeu o porquê. A marca de chocolate BIS contratou Felipe Neto para estrear uma nova campanha da empresa, porém, o público não recebeu bem essa parceria, já que muitos clientes eram contrários ao posicionamento político de Neto, e começou assim um boicote aos produtos da marca em protesto a essa campanha.
A marca BIS é uma das patrocinadoras da CCXP, um dos maiores eventos Geek do Brasil e para divulgar sua participação no evento, lançou uma campanha com Igão e Mítico, apresentadores do podcast Podpah, em que aparecem jogando games enquanto comem uma caixa de BIS. Já a aparição de Felipe Neto na campanha se deu com uma participação dele como entrevistado do Podpah, patrocinado pela BIS – o episódio chegou ao YouTube no dia 10 de outubro.
Depois da publicação da campanha, a marca e o influencer começaram a receber centenas de menções de pessoas dizendo que não comprariam mais o chocolate ou que abominavam a atitude da marca ao contratar Felipe Neto. A Mondelez, fabricante responsável pelo produto, divulgou uma nota dizendo “A Mondelez Brasil, fabricante da marca BIS, reforça que suas contratações de influenciadores estão relacionadas unicamente à sua relevância no universo gamer e de entretenimento, sem qualquer vínculo ou apoio político de qualquer natureza. Como líder no mercado de snacks no Brasil e no mundo, a Mondelez reafirma seu absoluto respeito à diversidade de opiniões”. Após a publicação do comunicado já identificamos alguns erros que poderiam ter sido evitados pela marca.
Infelizmente muitas empresas ainda não compreenderam que ao contratar um influenciador digital você está contratando um pacote completo; não é possível contratar só o lado do influenciador que gosta de games ou política, você contrata os dois. É muito importante que na hora de contratar um influenciador a marca analise os pontos positivos e negativos que esse influenciador poderá trazer, evitando assim o efeito reverso que a marca deseja.
Particularmente no Brasil as marcas enfrentam um grande problema, pois há territórios polarizados, é um desafio e tanto manter a boa fama em um território, já que é impossível agradar todo mundo, mas para enfrentar esse tipo de desafio as empresas precisam ter conhecimento pleno de quem realmente elas são e quem elas querem contratar para fortalecer sua imagem.
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Maria Gabriela Tosin é graduada em Relações Públicas pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR), especialista em Mídias Digitais pela Universidade Positivo e mestranda em Administração na PUC-PR. É criadora do blog pippoca.com, atua como pesquisadora, é autônoma e colaboradora em diversos blogs.