DIVERSIDADE E INCLUSÃO NAS EMPRESAS - Intencionalidade no olhar, na escuta e na formação: diversidade e inclusão, muito além da boa intenção. Por Jovanka de Genova.

Uma empresa séria e comprometida com seu crescimento e o de seus funcionários sempre terá em pauta o tema da educação. Uma liderança forte entende que este é um assunto que precisa estar constantemente inserido dentro do ambiente corporativo, afinal, não há crescimento sem conhecimento. Uma equipe bem formada e informada reflete diretamente na qualidade dos negócios e, consequentemente, na receita e nos lucros das empresas.

Como tudo funciona em cadeia, uma empresa que preza pela educação tem mais chances de se manter competitiva no mercado e saudável financeiramente. Isso impacta de forma direta na vida de seus colaboradores que, por sua vez, reflete no bem-estar dos núcleos familiares e da sociedade como um todo – um impacto sucessivo a partir da formação de indivíduos técnicos e aptos a entender as necessidades do nosso mundo atual.

A perenidade da educação é fundamental dentro de um contexto de grandes transformações. Não podemos contestar que mudança é o que mais vemos no século XXI. Transformamos a forma como nos relacionamos com os outros, como nos comunicamos; aprendemos novas formas de trabalho e de consumo; diminuímos as distâncias entre locais e pessoas a partir da tecnologia. Enfim, o mundo que vivemos hoje pode ser muito diferente do que vamos viver em um ano e precisamos estar preparados para isso porque esta é a nossa realidade de agora.

Há um termo em alemão muito interessante que é zeitgeist, que significa espírito da época, do tempo ou sinal dos tempos, que pode ser definido como conjunto intelectual e cultural do mundo, em uma determinada época, ou mesmo como sendo o conjunto de características culturais genéricas de um determinado período. Se formos avaliar o zeitgeist que vivemos, podemos dizer que ele está diretamente ligado a mudanças.

Isso nos faz pensar que cada recorte histórico precisa ser avaliado a partir do zeitgeist do período, para que possamos entender os valores e significados que representam a ética e moral de um determinado povo e tempo. Mas os tempos mudam. E ainda mais quando tratamos sobre os temas Diversidade, Inclusão e Equidade – e a nossa responsabilidade como sujeitos-cidadãos em todos os aspectos das nossas vidas. Hoje, não podemos avaliar a nossa sociedade sem levar em conta a diversidade e todas as mudanças que ocorrem a cada ano que passa.

Dentro do zeitgeist não cabe mais dizer que diversidade é mimimi, que é assunto para militantes e que racismo no Brasil não existe, por exemplo. Estudar esses temas, manter-se atualizado e informado é essencial para que a vida em sociedade seja possível. Quando falamos sobre isso não é apenas na vida pessoal, mas na profissional também. Uma empresa que pensa em diversidade, ensina e incentiva o estudo e o conhecimento nesses temas, com certeza está avançando para ser um local mais adequado ao mundo atual.

Sair do lugar comum e avançar em termos de diversidade e inclusão não é assunto para boi dormir. De acordo com uma pesquisa da McKinsey, de 2022, “empresas comprometidas com a diversidade socioeconômica têm maior probabilidade de desfrutar de uma melhor saúde organizacional e de uma melhor gestão de talentos”. Aquelas que são mais diversas possuem um EBIT 1,9 vezes maior do que as que não são consideradas diversas pelos seus colaboradores.

Quando falamos sobre diversidade aqui, estamos falando sobre a inclusão e equidade entre os indivíduos, a luta contra o racismo, os direitos às pessoas LGBTQI+, práticas ESG (Environmental, Social and Governance, da sigla em inglês) que se refere a sustentabilidade ambiental, governança corporativa e projetos sociais. Esses são valores que marcam a nossa época e que já fazem – ou deveriam fazer – parte do nosso dia a dia corporativo. Para aquelas empresas que ainda não avançaram nesse tema, a sugestão é estudar.

Apure o olhar, escute, leia, pesquise, troque ideias. Há muito a fazer para ganhar conhecimento. Quando falamos sobre isso, saímos do escuro e começamos a entender e perceber que, muitas vezes, aquele comentário do colega do trabalho não foi tão legal assim e eu consigo identificar como problema, apontar erros e argumentar e, de alguma forma, colaborar para que essa experiência mude ideias enviesadas e equivocadas.

Num mundo de transformações tão constantes, quanto mais vozes, maior é o barulho e maiores as transformações. Com a busca de conhecimento sobre diversidade e inclusão, naturalmente, tudo irá ganhar uma cor diferente, haverá mais clareza sobre como colaborar para ter mais ações que resultem em um ambiente mais inclusivo. Isso não é militância ou uma coisa chata, mas um preparo intelectual e consciente de como podemos e devemos nos preparar para a sociedade em que vivemos e que queremos construir.

Jovanka de Genova é filósofa com mestrado em Educação, Arte e História da Cultura. Atua há mais de 17 anos na área de comunicação organizacional e educação corporativa. Atualmente é Gerente de Educação no IAB Brasil. No LinkedIn: www.linkedin.com/in/jovankadegenova.

Este artigo foi publicado no Meio & Mensagem https://www.meioemensagem.com.br/patrocinado/iab-brasil/intencionalidade-no-olhar-na-escuta-e-na-formacao.