COMUNICAR É PRECISO - Teoria da Reatividade.

Ao interagir com líderes nos momentos de aperfeiçoamento da comunicação com suas equipes, uma justificativa reincidente para a dificuldade no diálogo tem sido a de que o público é muito reativo.

Partindo do entendimento combinado de que qualquer mudança gera reação e de que, em geral, como humanos, preferimos nos manter na zona de conforto, provavelmente estão certos, o público é reativo. Que bom!

Afinal, a reatividade é muito mais favorável ao diálogo do que a apatia. Ela é a que dá a oportunidade ao passo seguinte da comunicação. Enquanto feedback, a reatividade dá o gancho para o esclarecimento do que não ficou claro da explicação dos motivadores.

Claro que, ao pensar em indivíduos reativos, o primeiro impulso é pressupor que a comunicação estará frente a uma grande barreira. Mas, o que é, de fato, um público muito reativo? O que o faz, do ponto de vista dele, colocar-se em uma posição de baixa receptividade?

Só é reativo quem reage diferente do que se quer ou espera? Será que a reatividade tem alguma relação com a disciplina, com os entendimentos combinados anteriormente? Ser receptivo é sempre melhor que ser reativo?

Talvez, o excesso de receptividade disfarce uma fragilidade em se estabelecer o compromisso com os combinados. Se alguma iniciativa é contrária aos critérios e premissas de um time, desconfie se não houver reação de aversão. Pode sinalizar falta de entendimento, apatia ou mesmo falta de comprometimento.

São os questionamentos reativos que dão o gancho para a reflexão. Se algo novo faz sentido com o propósito estabelecido, explique. Se, no momento, algo precisa ser flexibilizado ou priorizado, esclareça. Se é preciso reconstruir combinados, contextualize.

Entre a apatia e a receptividade, a reação do público é um grande termômetro não só para a comunicação, mas até para testar a coerência de uma gestão. E a coerência da mesma será sempre a medida da coerência dos trabalhos da equipe.