O mais frequente e ilimitado dos preconceitos: o etarismo. Por Vânia Sampaio.

Dados do IBGE retratam que, em 2021, o Brasil possuía 14,7% da população com 60 anos ou mais. O aumento foi de 39% quando comparado aos nove anos anteriores à publicação da pesquisa, e projeções já indicam que não apenas o país está passando por uma transição demográfica, como até 2030 deverá ter a quinta população mais idosa do mundo. Mesmo assim, o etarismo, ou preconceito e discriminação por conta da idade é algo muito comum.  Algo que deveria ser abominado, sobretudo nas organizações.

O envelhecimento é algo inerente e inevitável ao ser humano. Por que estamos cada dia mais presenciando relatos/desabafos de pessoas sobre o crescente preconceito sobretudo quando vão em busca de novas oportunidades no mercado de trabalho?

O convívio intergeracional traz benefícios em todas as vertentes da sociedade, tais como: mais experiência, já se ter passado por vários momentos da vida, mais cautela, saber autoavaliar-se, atenção a detalhes, pontualidade e mais responsabilidade no seu fazer profissional.

No entanto, o que se percebe são indivíduos de 30, 40, 45+ e seguintes sendo vítimas de uma crescente e desastrosa avaliação perversa de que já não servem para nada.

É válido lembrar que é através do convívio com pessoas das mais variadas idades que é possível conhecer o que o outro traz de positivo para agregar, seja num ambiente acadêmico, voluntário e, principalmente, profissional.

De acordo com Egídio Lima Dórea, professor da USP, “diversos estudos mostram que mais de 35% da população que trabalha é uma população 50+ e essa população agrega do ponto de vista de benefícios financeiros e benefícios organizacionais”.

Logo, concluo que é preciso colocar um freio no idadismo/etarismo nas mais diversas frentes da sociedade. Afinal, se os indivíduos considerados decrépitos para determinadas frentes da sociedade ainda são capazes de frequentar universidades, concluir estudos, prestar concursos públicos e serem nomeado, casar, formar família, por que sofrem discriminação quando tentam disputar uma vaga de trabalho cujo intuito é a manutenção da vida e sua dignidade?

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Vânia Sampaio é profissional de Comunicação Social / relações-públicas.