Entre o bem e o mal. Por Lucia Sweet.

O mundo é dual e você tem liberdade para escolher entre o bem e o mal. Você só não tem liberdade para dizer o que pensa, porque é crime discordar do pensamento único vigente, mesmo que seja tudo mentira.

Não se esqueça, porém, que você só é livre até agir. Depois, fica atrelado ao resultado de suas ações. Os hindus chamam a isso de karma. Ou, fez, fica, como dizia meu amigo Antonio Olinto, da Academia Brasileira de Letras (do tempo em que lá se falava no mínimo grego e latim e em que livros de valor literário eram escritos por seus membros), fundador do Prêmio Walmap, autor da trilogia que eu recomendo “A Casa da Água”, “O Rei de Keto” e “O Trono de Vidro”. Neste tempo de mimizentos, os livros narram a saga de Mariana, em busca de suas raízes culturais. Os avós de Mariana chegaram ao Brasil como escravos e ela decide voltar para a África, numa viagem inversa. A série foi traduzida em 19 idiomas e os jovens paulofreirianos nunca ouviram falar de Antonio Olinto, que quando morou na Nigéria aprendeu a falar iorubá, antes de ser adido cultural em Londres.

Antonio Olinto almoçava toda semana com Paulo Mercadante e Roberto Campos, e nos almoços só falavam em latim, para não perderem a prática. Bons tempos. Roberto Campos todos conhecem e Paulo Mercadante, entre outros livros importantíssimos, como “A Consciência Conservadora do Brasil”, escreveu também “A Coerência das Incertezas. Símbolos e Mitos na Fenomenologia Histórica Luso-brasileira”, publicado também em Portugal pelo Instituto Camões (maior prestígio, impossível), com prefácio aqui e lá, de Olavo de Carvalho. Talvez um dia eu escreva mais a este respeito. Como costumo dizer, eu e minha cultura inútil…

Para concluir este pequeno texto de pensamentos e lembranças, ninguém escapará do resultado de suas ações por não agir. Não agir é uma escolha. Recusar-se a agir é uma forma de ação. No caso, de omissão de ação.

Lucia Sweet.