# Compliance? # Compliance! # Compliance. Introduzindo "O Movimento". Por Manoel Marcondes Machado Neto.

Compliance em toda parte. Compliance nas poucas ofertas de vagas. Compliance nas muitas falas – de políticos, de gestores, de curiosos.

Compliance, no entanto, apesar dos SEOs apontarem, do destaque nos Trending Topics, e dos jargões mais “in” que nos cansam, é bem menos do que se pode supor.

E menos é mais!

Conformidade, aderência, cumprimento – a procedimentos, a normas, a regulamentos – não são algo novo, embora se venda como se fosse.

Na governança corporativa – esse consenso administrativo-organizacional que completa 21 anos; plena maioridade, pois -, o compliance sempre existiu.

E não é um lugar, uma diretoria, um departamento. Tampouco é cargo, função ou normativa em si.

Compliance é, simplesmente, um proceder.

E por isso alguns autores, como Marcela Argollo, colocam-no sob a responsabilidade da educação corporativa – ou mesmo antes, na educação básica de cidadania, considerando compliance o próprio ser das pessoas em conformidade às melhores práticas, gerando segurança, tanto para quem trabalha como para quem consome.

E quais são as balisas desse proceder?

São três: as condutas éticas (que variam de acordo com o meio social e o “locus”), a colegialidade (anti-monocrática) e a transparência ativa.

E qual é a resultante de um proceder regido a melhores práticas: a confiança pública (public trust) – esse bem intangível de qualidade máxima.

Tal fé pública é uma característica admirável e rara nos ambientes de negócios; mas deveria ser atributo natural dos entes de governo. Igualmente, entidades do terceiro setor, quando nessa condição “conforme”, gozam de melhores condições para obter o necessário apoio externo para a consecução das suas atribuições. Ou para mitigar efeitos de crises.

Organizações sólidas são, normalmente, reconhecidas na esfera legal (o Direito se arroga “dono” do compliance) e apresentam-se fortemente empenhadas em manter esta reputação. Trata-se de um reconhecimento cujo desafio vai muito além das aparências, pois deve estar em conformidade com a excelência nas condutas e com o alto nível de confiança jurídica.

Na verdade, em um contexto holístico, trata-se de elevar o conceito de uma organização a um patamar tão alto que dela não se duvide ou que dela não se espere nunca o desamparo de um empregado ou de um cliente, a sonegação de impostos ou de informação, uma prática desleal, um ato de corrupção ou uma propaganda enganosa.

Introduzindo: O Movimento. (Apresentado no Manual de Compliance para a Comunicação Corporativa, à P. 381).

Como explicitado em artigo anterior, sobre a insuficiência do trinômio E-S-G – novo jargão “in”, a proposta de uma visão mais ampla do ambiente de negócios no pós-Covid-19, ‘O Movimento’, na figura em destaque, apresenta sete elementos. Além do “horizonte” E-S-G, também o céu das decisões colegiadas e das condutas éticas, e os alicerces da transparência ativa e de “accountability”. Resultado: confiança. Veículo: uma comunicação funcional.