O 'compliance' e a insuficiência do modelo 'E-S-G'. Por Manoel Marcondes Neto.

Consultor é aquela personagem que você não chamou,
dá pitacos sobre o que não entende,
e cobra caro por isso.
Dito popular.

Atuando desde 2016 em uma pesquisa singular junto ao CNPq (*) – no âmbito do projeto Observatório de Condutas Éticas, Transparência e Governança (OCETG) –, na qual foram ouvidas 252 pessoas, afirmo que a atual moda ESG, hoje presente em 9 de cada 10 artigos no LinkedIn, deixa a desejar. A rede social voltada às relações profissionais não é uma The Economist, uma HBR, claro, mas pode dar uma boa ideia de como anda a “pauta” no meio corporativo.

No passado, anos 1990, já fomos assolados pelo Triple Bottom Line (people, planet, profit), “o tripé da sustentabilidade” em meio à onda da Responsabilidade Social Empresarial (RSE). Houve avanços, sim, mas também muita conversa fiada e farta camada de “consultoria”. Fez lembrar a crise da reengenharia…

Minha pesquisa, no prelo, contou com uma fase qualitativa que ouviu 70 pessoas-fonte ocupantes de cargos gerenciais. A essa base somou-se um levantamento quantitativo junto a 100 ocupantes de cargos de média gerência e, finalmente, um outro grupo – este, no meio acadêmico –, com mais 82 respondentes.

Na era da desconfiança

Em 2019, Denise Rugani Töpke inovou e provocou-nos com sua Responsabilidade $ocial Compartilhada (R$C), conceito em que o cifrão substitui o “s” da palavra “social”, entregando reais intenções.

Tudo comunica

No momento em que estamos lançando, com o projeto OCETG (que mantém os conteúdos do podcastGestão.com” na Rádio UERJ), uma nova métrica combinada com indicador de transparência ativa e normas baseadas nas melhores práticas de comunicação corporativa, tornou-se inevitável questionar propósito e verdadeiro alcance do trinômio da vez; o tal do E-S-G (ou A-S-G, em português: Ambiente-Sustentabilidade-Governança).

Como bem lembrou Danilo Maeda, sócio-diretor de ESG no grupo FSB, faltam as externalidades. E podíamos também acrescentar que faltam as vulnerabilidades – como sempre ressalta Mario Cordeiro, professor da FAF/UERJ.

Para simplificar, propomos um diagrama dinâmico compreensivo do “movimento” que inclui as tais 3 vertentes; (E) de meio ambiente, (S) do social, e (G), da governança – em versão completa, com 7 elementos.

Aguarde

Em 02/12/2021, o lançamento do pioneiro “Manual de Compliance para a Comunicação Organizacional” – uma real inovação para a governança.

(*) “Transparência Ativa: construção de um novo conceito e de uma lógica transdisciplinar para a governança“.

Manoel Marcondes Neto é cofundador e diretor-presidente do Observatório da Comunicação Institucional.