Você está guardando neste momento um celular, notebook, impressora ou algum equipamento elétrico-eletrônico (eee) ainda em condição de uso, substituído por um novo modelo ou versão? Se a resposta foi sim, você não está sozinho!
Estratégia usada por algumas empresas para estimular o consumo, a obsolescência perceptiva consiste em desvalorizar prematuramente um produto sob o ponto de vista emocional. É quando um objeto ainda funcional passa a ser considerado obsoleto, pelo lançamento de uma nova versão ou alguma alteração, mesmo que mínima, em seu design.
Essa desvalorização psicológica, estimulada por mecanismos de marketing, reforça a ideia que o novo é sempre melhor que o antigo, criando no consumidor uma sensação que o produto não representa mais uma tendência de estilo, acelerando o descarte prematuro.
De acordo com um estudo divulgado pela UNU (United Nations University), somente em 2019 foram geradas no mundo todo 53,6 milhões de toneladas métricas de resíduos descartados de elétrico-eletrônicos, chamado de e-lixo. A cifra representa um aumento de 21% em apenas cinco anos. O estudo também concluiu que apenas 17,4% desse total foi coletado e reciclado.
Além das partes aparentes de metal e plástico, o e-lixo pode conter substâncias tóxicas contaminantes como mercúrio, cádmio, berílio e chumbo, nocivos para a saúde humana e para o meio ambiente. Por isso, não há exagero em afirmar que o e-lixo é hoje uma ameaça ao desenvolvimento sustentável.
No Brasil, a Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei Federal 12.305/10) instituiu, entre outras medidas, que empresas responsáveis pela fabricação e venda de equipamentos elétrico-eletrônicos são responsáveis por executar a logística reversa, que é a coleta e encaminhamento da sucata de volta à fábrica para o descarte adequado.
Centrar o consumo no desperdício e antecipar o descarte de produtos ainda úteis contribui para a geração desgovernada de resíduos. A situação é especialmente grave em países onde não há legislação que regulamente o descarte ou onde a fiscalização é falha.
Então, antes de decidir trocar algum de seus equipamentos eletro-eletrônicos por conta uma nova funcionalidade de design sem utilidade aparente ou apenas em resposta a um apelo publicitário, reflita se você está baseando sua escolha em necessidade ou se está reagindo a uma estratégia de marketing de estímulo ao consumo repetitivo. Não confunda consumo como a expressão da sua identidade ou do seu estilo de vida.
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Fontes:
https://www.bbc.com/news/technology-32353659
https://www.thebalance.com/e-waste-and-the-importance-of-electronics-recycling-2877783
https://www.ecycle.com.br/obsolescencia-perceptiva/#O-que-e-obsolescencia-perceptiva
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Imagens: Pixabay.
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Denise Knust tem mais de 10 anos de experiência no planejamento e gestão de campanhas de comunicação internas e externas, ações de endomarketing, engajamento e responsabilidade social, gestão da marca, gestão de redes sociais, relacionamento com a imprensa, organização de eventos de alta complexidade e porte, dentro e fora do Brasil, gerindo equipes próprias e de terceiros.