Sobre a crise da arte de reportar a verdade dos fatos.

Desde a criação do Observatório da Comunicação Institucional, em 2013, tem sido nossa preocupação o jornalismo responsável (uma de nossas causas de existir), bem como o seu ensino – embora não mais haja obrigatoriedade de diploma de nível superior para o exercício da atividade.

Observamos que a formação tem sido prejudicada por currículos ultrapassados, pela substituição constante de professores e pelo número cada vez menor de trabalhos publicados que redundem em avanços pedagógicos nas salas de aula.

Desde o ano de 2014 vimos denunciando o empobrecimento da cobertura jornalística profissional. Isto tem apontado, inclusive, para uma “saída” da crise – por nós defendida – pela via do empreendedorismo, embora nem de longe os currículos acadêmicos contemplem essa disciplina bem como cadeiras de marketing, tais como pesquisa de mercado, branding, inovação e administração de pequenos negócios.

A redução dos efetivos nas Redações e nas equipes de reportagem nos preocupa ao passo que testemunhamos um crescimento vertiginoso das empresas de assessoria “de imprensa” (típica jabuticaba) – muitas delas absorvendo os jornalistas demitidos pela crise de anunciantes diretos (algo absurdo, ilegal) e assinantes. Efeito colateral: 90% do que lemos, assistimos, ouvimos e navegamos saem dessas empresas como se notícias fossem.

A internet e as redes sociais também agudizaram a crise

Os anunciantes via agências de propaganda também sofreram com a emergência de modelos de marketing digital – que consideramos ser ainda uma disciplina em construção – sem que o conhecimento científico ancorasse as mudanças e as legislações pertinentes.

E desde 2016 também denunciamos pensamento e discurso únicos que vêm varrendo tanto as as Redações quanto as agências. Manchetes iguais, matérias que parecem releases integrais e campanhas publicitárias em torno das mesmas causas de “lacração” – mesmo que com prejuízo para as marcas. Isto sem falar nas tão mencionadas fake news – tão faladas quanto pouco estudadas e compreendidas como fenômeno (empreendimento a que o O.C.I., aliás, lançou-se a partir de 2017 – esforço que gerou uma original conceituação).

Discutiremos esta e outras questões em uma Live no canal OCI TV / YouTube no próximo dia 24 de outubro, das 17:30 às 18:30 horas.