É isso! Relembrando David K. Berlo.

berlo

Não é sempre que este OCI está de acordo com a ideologia d’O Globo, comumente expressa em “pílulas” oferecidas, ou “olhos” (para citar um jargão jornalístico) abertos, aqui e ali, ao longo da sua edição impressa.

Mas desta vez – edição de terça-feira, ontem, 28 de abril, à página 21 – estamos de pleno acordo:

“OPINIÃO – Falta informar

MESMO TRANSFORMADO em bordão, pedir ‘transparência’ é sempre necessário. Encaixa-se à perfeição, por exemplo, ao financiamento de US$ 3,5 bilhões obtido pela Petrobras junto à China, dinheiro que chega em boa hora.

NÃO BASTASSE serem do interesse do contribuinte e dos milhares de acionistas da estatal, informações sobre a operação são ainda mais necessárias quando se sabe que a China tem como política socorrer desvalidos em troca de vantagens.

TEM SIDO assim, na América Latina, com a Argentina e a Venezuela”.

COMENTÁRIO

De fato, a – indispensável – transparência tornou-se palavra fácil nos discursos de candidatos, governantes e administradores. A entrega, porém, desta qualidade de uma gestão é algo difícil e, em alguns casos, impossível – tal a opacidade com que se trata a coisa pública. Ou mesmo a coisa privada de interesse público.

No caso da nossa mídia, então, populada por intransparentes empresas de responsabilidade limitada às quotas dos proprietários (e não sujeitas, como as Sociedades Anônimas de capital aberto, ao escrutínio público de suas demonstrações financeiras, operacionais, contábeis), a coisa fica mais complexa.

Lembramos David K. Berlo, autor da obra “O processo da comunicação”.

No livro, Berlo explica que a comunicação pode exercer quatro funções (e, às vezes, de forma superposta): educar, informar, persuadir e divertir.

Apesar do repto d’O Globo, acima, a nossa “grande” mídia insiste mais em atuar nas duas últimas funções destacadas pelo autor. E quando informa ou educa, prefere fazê-lo persuadindo… Bem em linha com o que – infelizmente – fazem também governos “ideológicos”, das cartilhas distribuídas gratuitamente à rede pública de ensino, às suas emissoras ditas educativas, de rádio e TV.

Sobre Marcondes Neto

Bacharel em Relações Públicas pelo IPCS/UERJ. Doutor em Ciências da Comunicação pela USP, sob a orientação de Margarida Kunsch. Professor e pesquisador da Faculdade de Administração e Finanças da UERJ. Editor do website rrpp.com.br. Secretário-geral do Conrerp / 1a. Região (2010-2012).