Concluída a pesquisa OCI sobre o discurso institucional do partidos brasileiros.

Primeiro projeto de pesquisa deste Observatório da Comunicação Institucional, anunciado em 15 de outubro de 2013, a pesquisa intitulada “Leitura Informal – Discurso Institucional – Partidos Políticos Brasileiros” está concluída.

Foram meses de planejamento, avaliação de alternativas metodológicas, discussão e aplicação-teste de conceitos.

Em 19 de agosto de 2014, com o início da propaganda eleitoral gratuita, iniciou-se o levantamento. E no último dia 10 de setembro, o mesmo foi encerrado.

METODOLOGIA DETALHADA DO LEVANTAMENTO

Introdução

Como os eleitores procedem para conhecer melhor os partidos políticos? Vão até o seu diretório regional? Telefonam? Mandam um e-mail?

O caminho atual é utilizar-se da internet e seus mecanismos de busca e repositórios de informações. Como a Wikipédia, por exemplo.

Não há como ignorar a presença da internet nos processos político-eleitorais. As eleições de 2008 e 2010 já foram bastante afetadas pela presença da rede. Destaque para os casos “inesperados” das votações, respectivamente, de Fernando Gabeira à prefeitura do Rio de Janeiro, e de Marina Silva à presidência da República.

O levantamento

Analisar o que os próprios partidos dizem de si mesmos nas redes sociais, desde seus próprios websites, passando por fan pages, blogs e show cases, e chegando ao que sobre eles se publica – como é o caso da Wikipédia –, torna-se fundamental para entender como o eleitor pode informar-se sobre essas agremiações que, ao fim a ao cabo, são as instituições mais importantes do processo político-eleitoral.

E se são instituições centrais, sua comunicação – institucional – assume papel central idem, chamando, assim, a atenção deste Observatório da Comunicação Institucional, que tem como foco principal de análise, estudo e reflexão, justamente a comunicação “acerca de si” de todo tipo de organização, inclusive partidos políticos – o que se desvela na presente pesquisa.

Não se tratou de verificar uma cultura do papel, burocrática, mas, antes, aquilatar as mais sublimes das armas dos homens livres: papel e tinta.

É pois, mandatório, procurar – e ler – o que nos comunicam os partidos políticos que postulam o nosso futuro. E para tanto, vale tudo. Do “santinho” ao horário eleitoral gratuito, de prolixos estatutos a galhardetes dependurados nos postes.

O resultado

Um mural comparativo dos 32 partidos políticos brasileiros feito a partir de textos públicos disponíveis sobre eles na web – meio principal da consulta do cidadão brasileiro comum.

Decidiu-se que a melhor maneira de montar o painel idealizado como um “mural” – onde o eleitor vê, em um só lance, todas as agremiações –, seria usar como ferramenta um software de nuvem de palavras (word cloud) que permite a montagem de um infográfico (uma imagem visual que traduz certa quantidade de informação).

O uso de infográficos tem se expandido em todas as mídias, principalmente nos meios impressos, tais como jornais e revistas. É uma forma de capturar a atenção que migra a visualidade, a criatividade, e grandes quantidades de informação direto da internet para a mídia tradicional. Com o advento do fenômeno batizado “big data” (quando volumes de dados antes impossíveis de serem computados, o são, gerando extratos ditos “inteligentes”), uma das bases da competitividade atual (business intelligence), infográficos tornaram-se, ao mesmo, mandatórios e “amigáveis”, pois que simplificam leituras informacionais complexas.

Metodologia

Optou-se por um trabalho de mesa, a cargo da equipe do OCI, realizado a partir de 19 de agosto deste ano, com o início da propaganda político-eleitoral (até 10 de setembro – quando foi encerrada a coleta de informações na internet), ocasião em que os partidos políticos brasileiros deveriam – pelo menos em tese – estar atentos a tudo o que é comunicado em seu nome ao eleitor, avaliando o “discurso sobre si” presente nas diversas mídias ditas digitais. As fontes da pesquisa foram: websites dos partidos, suas contas no Facebook, Linked In e verbetes da Wikipédia, com forte presença desta última.

A cada “ficha” individual de partido (presentes no Apêndice Único do Relatório Final) está atribuída a fonte ou as fontes em que foram coletadas as informações institucionais.

Notas Metodológicas

1) Colocamo-nos no lugar do eleitor comum (não filiado previamente a qualquer partido político), em busca de informação concisa e ágil acerca das agremiações políticas. Não entramos na internet em busca “de candidatos”, mas de informação sobre os partidos políticos.

2) As fontes oficiais – portais dos TREs e do TSE – não são amigáveis. Sua informação é muito burocrática e segmentada, com ênfase em dados formais, datas e responsáveis. Foram utilizadas para levantamento inicial das legendas.

3) Os websites dos partidos, por sua vez, têm um formato e uma funcionalidade muito variáveis de um para outro. Observação: há websites muito “personalistas”, focados em candidatos, outros muito fragmentados, e outros, ainda, incompletos e desatualizados.

4) O foco foi o “discurso institucional sobre si”, dos partidos políticos. Observação: em muitos websites simplesmente não há uma seção “Sobre”. E quando se recorre a seções como “História” ou “Estatutos”, cai-se em textos gigantescos, inadequados ao meio, bem como numa infinidade de arquivos em formato PDF para serem baixados.

5) Não foram incluídos na pesquisa os domínios individuais, casuísticos, criados somente para esta eleição, tipo “candidatofulano.com.br”. Tampouco pesquisou-se as chamadas coligações.

6) Quando necessário recorreu-se a mais de uma fonte.

7) O OCI recolheu “statements” institucionais “sobre os partidos”, de 100 a 199 palavras (o limite mínimo é aquele que pôde ser obtido de determinada sigla, e o limite máximo foi atribuído de modo discricionário) – considerando que são leituras factíveis num contexto “de monitor ou tela” que o brasileiro médio enfrenta sem desistir (algo que vai, no caso, de 667 a 1256 caracteres), em que sempre, obrigatoriamente, aparecem – em ordem inicial – o nome, a sigla e o código eleitoral (número) do partido junto ao TSE.

8) Nem sempre aparece a data de fundação do partido, assim como há agremiações que, em diversas datas e sob diversas lideranças, foram fundadas, extintas, refundadas, “fundidas com” e “cindidas de” outras ao longo do tempo. Quando o partido optou por escolher uma data marcante, ela foi incluída. Assim como também foram incluídos nomes de pessoas fundadoras, quando citadas.

9) A edição dos textos de cada agremiação obedeceu a um critério substantivo, sem qualquer viés pré-estabelecido. Se um texto repetia um termo propositalmente, isto foi considerado e mantido, pois afetaria diretamente a imagem da sua nuvem de palavras. Se se tratava de uma repetição advinda da soma de “statements” de mais de uma fonte, tal repetição foi evitada – porque não fora assim concebida originalmente – com repetições propositais.

10) Todo e cada “statement” foi processado por um software padrão de “word cloud” (nuvem de palavras) e esta foi a forma gráfica eleita para demonstração comparada dos discursos dos partidos políticos brasileiros. Foi uma escolha singela, simples, proposital.

11) O “approach” foi o do internauta acidental (não “nerd”, não web-adicto) à procura de uma informação na internet utilizando o Google como buscador.

12) Um Apêndice Único contém as 32 “fichas individuais” (em formato PDF) com o discurso sobre os partidos políticos brasileiros.

13) O texto introdutório e metodológico ficou a cargo de Manoel Marcondes Machado Neto (Doutor pela ECA/USP – na linha de pesquisa “Comunicação Institucional: políticas e processos” – e autor do verbete “Comunicação Institucional” da Enciclopédia INTERCOM de Comunicação. É professor associado da Faculdade de Administração e Finanças da UERJ e diretor-presidente deste OCI. Link Lattes: http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4706836H8.

14) O relato analítico ficou a cargo de Cristiano Henrique Ribeiro dos Santos. Doutor em Comunicação pela ECO/UFRJ e especialista em pesquisa de opinião pública, com sólida experiência na área, tanto acadêmica quanto de mercado, tendo atuado em renomados institutos de pesquisa. É professor adjunto da ECO/UFRJ. Link Lattes: http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4779879Z2

15) A Nota Técnica ficou a cargo de Carolina Frazon Terra. Doutora e mestre pela ECA-USP. Graduada em Relações Públicas pela UNESP e especialista em Gestão Estratégica da Comunicação Organizacional e Relações Públicas pela ECA/USP. É consultora de mídias sociais e professora para os cursos de pós em Comunicação Organizacional e Relações Públicas e em Gestão da Comunicação Digital da ECA-USP. Link Lattes: http://lattes.cnpq.br/4409094765322922

16) A íntegra do relatório da pesquisa, composta de (1) news release preparado por Terezinha Santos; (2) texto introdutório/metodológico; (3) infográfico; (4) relato analítico; e (5) Apêndice Único, com 32 ‘fichas’ individuais dos partidos político brasileiros foram encaminhados nesta data à plataforma MaxPress para divulgação da pesquisa junto à imprensa brasileira e serão divulgados também neste portal em 06/10/2014.