Threads: E lá vamos nós, mais uma vez!!! Por Andrea Nakane.

De acordo com Zuckerberg, seu novo negócio, Threads, teve 10 milhões de frequentadores cadastrados nas primeiras sete horas de existência da rede. Para efeito de comparação, um dos concorrentes mais badalados do momento, o Mastodon, tem 10 milhões de usuários após seis meses recebendo refugiados do Twitter.

Os números iniciais são impactantes, fruto da tecnologia em avanço constante, mas isso também revela o quanto somos atraídos por novidades e que as redes sociais digitais estão em domínio total de nossos interesses.

O caminho foi facilitado, é claro, pela “importação” de perfis do Instagram – essa vantagem torna o Threads uma opção atraente e de baixa sustentação para gerar a experimentação. Tudo foi projetado para ser de baixa dificuldade, sem estresse.

Depois de fazer login, é nítido notar que o aplicativo realmente parece uma compilação da união do Twitter e do Instagram. Os ícones têm o mesmo estilo do Instagram, mas a aparência é muito mais parecida com o Twitter, geralmente com mensagens de texto (limitadas a 500 caracteres contra 280 do Twitter), embora você também possa adicionar fotos, vídeos e links. Você pode curtir, retweetar, ops… repostar, citar, repassar ou responder, criando os tópicos que dão nome ao aplicativo.

No momento, não há como visualizar um feed apenas das pessoas que você segue, embora um dos dirigentes do Instagram, Adam Mosseri, tenha confirmado via Threads que está “na lista”. Mas, no momento, vem muita coisa junto, impulsionado pelos algorítimos, tipo rede de pescador em arrastão. Não há controle… vem coisa boa… mas vem muita tranqueira também!

Atualmente, o Threads é apenas um aplicativo e, embora Mosseri tenha confirmado que o celular é a prioridade por enquanto, uma versão para desktop deve logo surgir. Reforço, então, no poder das telinhas, que estão com tudo e não estão prosas!

Curiosamente, um item que Mosseri diz não estar na lista de aperfeiçoamento de curto prazo é a publicidade. “Honestamente, não é a prioridade agora”, escreveu ele em resposta a um tópico. “Muito honrado por todos que já se inscreveram, e confirmamos que este é um aplicativo que as pessoas querem continuar usando antes de nos preocuparmos em ganhar dinheiro…”. Bom… pelo menos nesse início… temos certeza que no futuro… $$$ falarão muito mais alto!

Quem é da área de comunicação ganhará mais trabalho na gestão dessa nova rede social, pois, como as demais, deverá conter especificidades distintas e demandará técnica em sua arquitetura de conteúdo. E isso sem aumentar a remuneração, vale esclarecer. Que tristeza!

Muitos clientes e até mesmo instituições acreditam que a gestão das mídias sociais seja algo leve, sem muitos esforços, afinal “basta” escolher uma boa foto, um pequeno texto e “voilá”… a tragédia acontece… sim… pois se esses esforços não forem meticulosamente planejados, executados com maestria e forem acompanhados em tempo real, com interações e métricas, a mágica não acontece de forma real. Será apenas um ilusionismo superficial, que pode até chamar a atenção em um momento, mas não criará raízes e ficará vulnerável.

Profissionais competentes e responsáveis pesquisam, estudam, se aprimoram sempre e isso resulta em trabalhos muito mais exitosos e primorosos. Toda essa dedicação merece ser valorizada. Não dá para contratar o “sobrinho” que “manja” de design para cuidar das mídias sociais corporativas e/ou profissionais. Nem a “filha” que produz vídeos “maneiros”.

A comunicação orgânica, na atualidade movida por algorítimos, precisa de planejamento e muito assertividade na conjunção do que está na “onda” e com a autenticidade de quem é fonte de informações e dados.

E isso tudo em uma velocidade que está se aproximando muito da velocidade da luz!

Hoje é o Threads e amanhã?

Será outro com certeza, na batalha para manter-se conectado aos seus prossumidores.

Por prossumidor entende-se o conceito oriundo da junção dos termos producer e consumer (produtor e consumidor em inglês), utilizada para qualificar um novo comportamento no mercado. Ou seja, o prosumer é um consumidor que produz, é ativo e não mais passivo em só receber algo. Hoje, ele também, produz conteúdo, gera insights e faz parte de todo o processo criativo de um produto ou serviço.

Os prossumidores evoluem, sobretudo, por estarem vinculados a uma economia baseada na internet, que por meio de seu uso potencializa o aumento de audiências e consequentemente, o próprio lucro de uma marca.

E por isso mesmo, não dá para ficar de fora… de nada… e muito menos de uma rede social, pois sempre um dos seus… estará por lá!

Portanto, lá vamos nós mergulhar na Threads… que tenhamos fôlego para isso e muito mais que nos espera ali na frente!

Andrea Nakane é bacharel em Comunicação Social, com habilitação em Relações Públicas. Possui especialização em Marketing (ESPM-Rio), em Educação do Ensino Superior (Universidade Anhembi-Morumbi), em Administração e Organização de Eventos (Senac-SP), e Planejamento, Implementação e Gestão da Educação a Distância (UFF). É mestre Hospitalidade pela Universidade Anhembi-Morumbi e doutora em Comunicação Social pela Universidade Metodista de São Paulo, com tese focada no ambiente dos eventos de entretenimento ao vivo, construção e gestão de marcas. Registro profissional 3260 / Conrerp2 – São Paulo e Paraná.