O tema da Responsabilidade Socioambiental Empresarial é bastante complexo. Apesar de estar cada vez mais presente na mídia, ‘a informação sobre RSE ainda é incipiente e está mais orientada para a prática empresarial e jornalística do que para a construção de conhecimento científico’ (LOPES, 2015, p. 6).
No intuito de auxiliar na construção de conhecimento científico sobre a temática, o livro R$C: Responsabilidade $ocioambiental Compartilhada no Brasil propõe uma nova caracterização para a RSE em sua configuração contemporânea. A partir dessa perspectiva, a noção contemporânea de RSE não seria mais comportada pela representação de uma pirâmide, conforme fundamentado por Carroll (1979; 1991), uma vez que essa pirâmide seria uma representação estanque e linear para algo que tem se apresentado (a partir das análises realizadas) como rizomático, fluido, operando por fluxos e capaz de se metamorfosear para atender às demandas do capital.
A adoção da palavra ‘compartilhada’, por sua vez, para designar a R$C, além de fazer referência ao CVC de Porter, também considera um possível ‘compartilhamento’ do sentido de RSE pelos atores sociais estudados. Ou seja, será que a noção de RSE é ‘compartilhada’ pelos atores sociais (mídia e empresas) no sentido de haver um consenso quanto ao seu entendimento? Como a gestão do relacionamento com os stakeholders emerge neste contexto? Esses atores, na perspectiva de um rizoma, configurando uma rede, se interferem mutuamente na produção dessa noção contemporânea de RSE?
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Denise Rugani Töpke é doutora em Psicossociologia de Comunidades e Ecologia Social (UFRJ), mestre em Comunicação Social (UERJ), pós-graduada em Gestão de Pessoas (UNIGRANRIO), e em Marketing (IAG/PUC-Rio), graduada em Relações Públicas (UERJ). É professora do ensino superior há 10 anos. Coordena o curso de Marketing da Faculdade Gama e Souza desde 2008. Autora – com Fred Tavares – do livro ‘R$C: Responsabilidade $ocioambiental Compartilhada no Brasil’ (Appris, 2019).