Relações Públicas e propósito. Por Jennifer Roza.

Durante minha caminhada profissional deparei-me com dois perfis distinto de colegas: há os otimistas – que dizem que o mercado não está tão ruim assim quanto se fala e que todo mundo precisa de um RP; e há os realistas – que conhecem muito bem o mercado e se decepcionaram com ele e dizem para os estudantes saírem correndo enquanto ainda dá tempo.

Eu sou um tipo híbrido pois sou uma idealista, sou por natureza uma pessoa resiliente e jamais desistiria dessa paixão, a comunicação. Vista por uns como uma cachaça, já por outros como uma triste escolha feitas aos 17. Para mim, caro leitor, não há caminho mais delicioso e luta mais nobre; venham comigo para falarmos um pouco sobre essa área tão linda, sejam bem-vindos e sintam-se em casa!

O texto de hoje talvez sirva mais para aqueles que ainda estão indecisos sobre seguir ou não a profissão de relações-públicas ou para aqueles que, como todos nós, já estivemos um dia – ou ainda estão – em crise com a linda profissão. Porque todos sabemos que é uma verdade que apesar de linda, RP depende também de um ato de coragem, de você saber que terá que conquistar o seu lugar em um mercado extremamente competitivo. Ser RP nos dias de hoje não é para qualquer um, mas nós temos que elevar a nossa autoestima já que, segundo Guilherme Alf, um dos caras mais atuantes na profissão no momento, nós RPs temos a síndrome do Patinho Feio. Todo mundo sabe o que faz um jornalista, ninguém questiona o que faz um publicitário… mas… quantas pessoas você conhece que saberiam dizer o que faz um RP?

Infelizmente, nossa profissão é ainda um pouco desconhecida do grande público, e cabe somente a nós mudar esse cenário. O que você faz para mudar isso? Eu, por exemplo, escrevo essa coluna, já organizei um evento pela causa chamado ‘Dia do Orgulho RP’. Se sabemos reclamar, podemos também fazer algo. Vocês não concordam?

O título de hoje sugere falarmos também sobre propósito. Falando de mim, não existiria melhor palavra para tratar sobre o que me move; sou coração, mente, respiro comunicação – é da matéria de que sou feita – e nada me deixaria mais feliz na vida do que ter o privilégio de poder atuar na profissão que escolhi. Ser RP, para mim, é ser apaixonada por pessoas e relacionamentos, sejam relacionamentos entre organizações e os seus públicos de interesse, sejam na área acadêmica. Vivemos de relacionamentos, de conexões que podem facilitar ou atrapalhar os processos. Está aí uma baita dica para quem está tentando se inserir no mercado: construa relacionamentos durante a graduação, dentro e fora do campus, experimente, faça estágios, tudo é experiência!

Se é difícil encontrar emprego… eu acredito e concordo, inclusive – no momento – também compartilho dessa tortura, pois ninguém gosta de ouvir um ‘não’ e participar de inúmeros processos seletivos. Então, você me pergunta porque eu não mudo de área, procuro outra coisa, já que é tão difícil? É porque acredito sinceramente que nasci para isso.

Não nego que precisamos pagar as contas e não há nada de errado em atuar em outra área até encontrar emprego na nossa. Meu conselho é: não percamos o foco. Entendo perfeitamente as dificuldades que todos nós enfrentamos, recém-formados, com pouca experiência, sei que não é fácil. Mas se dê um voto de confiança, invista em cursos, nunca pare de estudar. O seu dia irá chegar porque você é um profissional competente e nunca desistiu de você mesmo! E, quando esse dia chegar, você sentirá uma satisfação jamais vista.

Se ser RP é o seu propósito, não desista! Não se esqueça de que você não está sozinho. Troque ideias com colegas, peça indicação para professores. Uma hora vai surgir aquela oportunidade que você sempre sonhou!

Jennifer Roza é formada em Comunicação Social, habilitação em Relações Públicas, pela Universidade de Caxias do Sul. Tem experiência profissional em assessoria de imprensa, marketing digital e eventos. Além do trabalho em comunicação, também ministra aulas de inglês e atua como voluntária em projetos sociais em sua cidade, Caxias do Sul.