Tenho o hábito de caminhar pela orla da praia e adoro fazer isso. Porém, muitas vezes, o que deveria ser um momento de felicidade acaba se tornando um desespero. Já tive a tristeza de ver na areia uma tartaruga grande morta, embolada com canudinhos. Isso só reforçou minha iniciativa de catar o lixo por onde ando. E, por incrível que pareça, não é incomum encher mais de um saco de lixo em uma curta caminhada. É muito triste.
De modo geral, sinto muito mesmo quando um turista vem aqui e tem uma experiência ruim como registrou a jornalista Suzana Camargo que mora nos Estados Unidos e veio aqui a passeio, levando na mala muita indignação, reclamando do lixo, principalmente do canudinho na areia. Vale a pena ler o post dela e refletir sobre o que cada um de nós pode fazer para mudar essa situação.
Aliás, não entendo porque o canudinho plástico continua nas areias! Eles foram proibidos pela Lei Municipal 6.458/2019, que determina que estabelecimentos comerciais e ambulantes cadastrados na Prefeitura têm por obrigação fornecer aos consumidores somente canudos fabricados exclusivamente com material biodegradável e/ou reciclável, com embalagens individuais no mesmo material, pois, ainda pior que o canudo é o saquinho transparente que o embala: ele se confunde com a areia e é muito difícil de catar.
Designers de produto: fiquem atentos a este problema que parece pequeno, mas que causa grandes estragos. Espero por uma solução criativa sustentável para o planeta que seja implementada.
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Gisela Pinheiro Monteiro é professora de Desenho Industrial da Universidade Federal Fluminense. Doutora e mestre pelo Programa de Pós-Graduação em Design da ESDI/UERJ, na linha de pesquisa ‘História do Design Brasileiro’. É também graduada pela mesma instituição com habilitação em ‘Projeto de Produto e Programação Visual’. Possui formação técnica em Design Gráfico pelo Senai Artes Gráficas do Rio de Janeiro e experiência na prática do Design, tendo sido responsável por diversos projetos para empresas.