Recentemente foi anunciada uma parceria que deixou muitas pessoas atônitas: o conglomerado LMVH, com cerca de 75 marcas de luxo, líder mundial nesse segmento, é o novo parceiro premium da XXXIII edição dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos, que irão acontecer em Paris, em 2024.
Apesar do comunicado oficial somente agora ter sido divulgado, a aliança já está acontecendo desde o início da postulação da capital francesa ao certame para sediar o megaevento.
Davide Marcovitch, presidente da LMVH para América Latina, Caribe e África, detalhou que essa iniciativa tem como intenção promover Paris, berço de muitas das marcas que compõem a holding de maisons como Louis Vuitton, Tiffany, Veuve Cliquot, Dior, Celine, Guerlain, entre outras marcas, conectando assim, moda, luxo e esportes pelos valores e histórias da nação francesa.
O marco de um século, após ter realizado uma edição olímpica em 1924, também ampliou o interesse, já que agora a propagação midiática é algo sem precedentes na história mundial, sobretudo, após a edição de Tóquio em plena pandemia, o que deixou todo mundo com um gostinho de quero mais, sobretudo no que diz respeito à vivência do evento com o público, torcedores, fãs e visitantes – que aproveitam também o momento para conhecer novas culturas, impulsionando o turismo como um todo.
As ações anunciadas incluem a da joalheria Chaumet, que com 240 anos de história, será responsável por desenhar as medalhas e uma maison, ainda a ser definida, que ficará encarregada de desenhar os figurinos da seleção francesa, assim como as maletas para armazenamento das medalhas.
Mas enquanto isso, em terras nacionais, o festival The Town, que será realizado pela primeira vez em São Paulo no próximo mês de setembro, em cinco dias, no autódromo de Interlagos, e com estimativa de 500 mil pessoas, tem uma parceria estratégica com uma empresa do setor petroquímico, a Brasken. Uniram-se interesses em prol da sustentabilidade para garantir um consumo consciente, sem desperdícios. Será testado pela primeira vez em festivais como esse, um reaproveitamento de copos de bebidas, também patrocinadoras do evento, Coca-cola e Heineken, que serão trocados por brindes.
O modus operandi é bem simples: na primeira compra da bebida no local, o cliente irá atrelar seu nome, CPF ao material, por meio de um aplicativo. Só por esse feito, ele já garante a retirada de um cordão-suporte para o copo para que o mesmo seja utilizado para o abastecimento seguinte. Ao final, o proprietário do copo será notificado e poderá retirar brindes diversos no estande da Brasken.
Com isso, a petroquímica espera garantir insumos de resíduos plásticos recicláveis de boa qualidade e assim buscar atingir sua arrojada meta de produção de resina de plástico reciclado – estimado em 300 mil toneladas até 2025 – e 1 milhão de toneladas em 2030, de olho na Agenda 2030.
A própria Gerdau, que em 2022 entrou como patrocinadora do Rock in Rio, no Rio de Janeiro, pretende repetir a parceria no The Town também, pois identificou que esses eventos focados no entretenimento geram uma comunicação direta e colabora na desmistificação de que o setor tem percepções de vilanismo referente ao meio ambiente. Mais uma vez, o grupo produtor de aço irá oferecer todo o material para palcos e estruturas, sendo que desse montante 70% são reciclados e 100% serão recicláveis.
A Neoenergia também estará presente no evento por meio da estruturação de um sistema de captação de energia solar. Será a primeira vez dessa parceria, e conforme os resultados que serão aferidos, já há sinalização para repetir o projeto na Cidade do Rock no Rio de Janeiro em 2024.
Esse tipo de parceria em eventos, com empresas B2B pouco conhecidas do grande público até outrora poderia causar muita estranheza, mas na atualidade os eventos são veículos de comunicação dirigida e aproximativa, com estratégias bem delineadas de fomento de relacionamentos e construção ou até mesmo reconstrução de suas imagens corporativas.
É puro exercício de Relações Públicas, permitindo que uma mensagem mais focada e experiencial atinja parte de seus stakeholders e garantindo conteúdos para a outra parte por meio de indicadores sob a égide do ESG, os quais irão abastecer relatórios, balanços sociais e conteúdos diversos para as redes sociais. A opinião pública ainda é um grupo de interesse que merece muita atenção e sua diversidade extrapola perfis convencionais e diretamente ligados às marcas.
Não há mais restrição… como diria Sandra de Sá, na atualidade: “vale tudo”, só não vale ter ações de greenwashing ou socialwashing… porque aí… “o bicho pega!”.
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Andrea Nakane é bacharel em Comunicação Social, com habilitação em Relações Públicas. Possui especialização em Marketing (ESPM-Rio), em Educação do Ensino Superior (Universidade Anhembi-Morumbi), em Administração e Organização de Eventos (Senac-SP), e Planejamento, Implementação e Gestão da Educação a Distância (UFF). É mestre Hospitalidade pela Universidade Anhembi-Morumbi e doutora em Comunicação Social pela Universidade Metodista de São Paulo, com tese focada no ambiente dos eventos de entretenimento ao vivo, construção e gestão de marcas. Registro profissional 3260 / Conrerp2 – São Paulo e Paraná.