O propósito da comunicação. Por Giovanna Travensolo.

Tanto se fala sobre receptor, emissor, mensagem, linguagem, idioma e expressão… Mas nem tanto se fala sobre compreensão.

Compreender o que o outro diz não se resume apenas à interpretação da mensagem dita ou escrita. É mais. É saber ler os sinais, a expressão no rosto, a linguagem corporal, a entonação, o significado.

Em tempos de isolamento social e comunicação nos meios digitais isso pode ser mais difícil de identificar, já que não temos a companhia da expressão, nem do tom de voz. Além disso, as formas de digitar e suas interpretações não são universais, pelo contrário, cada pessoa interpreta de um jeito.

Em quantas brigas você já se envolveu ou ouviu falar porque a resposta no WhatsApp foi muito seca? Ou sentiu um tom agressivo na mensagem pois a formatação do texto estava em Caps Lock? Reticências são uma finalização suave de conversa ou um sinal de que se está esperando uma resposta?

Esses são exemplos triviais do impasse comunicacional do dia a dia, mas quando pensamos em nosso papel como comunicadores ou emissores de mensagens que representam marcas nas redes sociais, por exemplo, isso precisa ser levado em consideração.

Arrisco dizer que todo comunicador deve ser aquele que compreende a fundo o outro, que explora todas as camadas de objetividades e subjetividades da expressão humana.

Não seria esse o propósito da comunicação?

Mas será que de fato, compreendemos?

Giovanna Travensolo é graduada em Relações Públicas pela Unesp e pós-graduada pela Escola Superior de Comunicação Social de Lisboa. Nas suas próprias palavras: “movida pelo poder que a comunicação tem e em como ela pode mover mundos”. Atualmente, é consultora de projetos na Matchbox.