A chamada Comunicação Não-Violenta foi desenvolvida pelo psicólogo americano Marshall Rosenberg. Essa linha de pesquisa, que também é considerada como um estilo de vida, propõe uma nova maneira de se comunicar e o foco está em diálogos baseados na empatia.
Durante a formação de um indivíduo ou da sociedade, nós não recebemos uma preparação específica para aprender a comunicar de maneira empática e criar relacionamentos saudáveis. Nós temos diversos recursos e conexões cada vez mais ágeis. Porém, quanto mais a tecnologia avança, menor parece ser a nossa capacidade de empatia pelo próximo.
Ouso dizer que relações-públicas é a profissão deste século, uma vez que está pautada na empatia junto a qualquer público. Muitos dos nossos problemas de relacionamentos interpessoais – sejam no ambiente corporativo, social ou familiar –, poderiam ser resolvidos se desenvolvêssemos a habilidade para nos comunicar com alteridade.
Para Marshall, uma comunicação integral e satisfatória só pode ser feita a partir da empatia. Porém, agir com empatia é um grande desafio para qualquer ser humano. Isso ocorre porque o nosso próprio condicionamento é mecânico (pergunta/resposta), ou seja, perguntamos e respondemos e não gastamos muita energia para fazer uma avaliação mais profunda sobre o assunto.
Os quatro pilares da Comunicação Não-Violenta são:
Observação
A Primeira fase da Comunicação Não-Violenta é a observação. Isso significa que é necessário observar o outro sem julgamentos e preconceitos. Um exemplo: quando recebemos uma crítica, costumamos levar para o lado pessoal. Nos preceitos da Comunicação Não-Violenta o que devemos fazer é colocar nossa atenção no que está sendo dito de fato.
Sentimento
Neste pilar, após a observação, é preciso avaliar qual a emoção que aquela conversa desencadeou: tristeza, felicidade, medo ou raiva, ou qualquer variação dessas emoções como timidez, ansiedade, orgulho e confiança. Esse tópico é extremamente importante para os elementos seguintes.
Necessidade
O que, de fato, o público em questão está tentando dizer? É preciso entender qual a necessidade do indivíduo e que tipo de sentimentos está colocando através das suas palavras. É aí que está a chave: além de entender suas próprias emoções, é preciso entender as emoções do outro.
Pedido
Desde sempre nos comunicamos porque queremos ou precisamos de algo. Quando sabemos nos expressar com objetividade e clareza conseguimos dizer realmente o que queremos com mais facilidade. O principal objetivo deste pilar da Comunicação Não-Violenta é a clareza. Quando sabemos exatamente o que queremos fica muito mais fácil dizer isso ao outro.
Portanto, a empatia é, sem a menor dúvida, uma habilidade fundamental do profissional relações-públicas. Ter empatia é ter uma competência integral e satisfatória da comunicação para relacionamentos mais saudáveis e para atingir o sucesso em diferentes esferas da vida.
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Ana Moura é brasileira, relações-públicas e estudante de Relações Internacionais. Gosta de falar sobre tudo. Atua como pesquisadora de Comunicação e Trabalho e de Cultura Organizacional.