Os não-dias de poesia padecem desaponteiros do Relógio cego.
Com fuso é o giro que inverte os punhos
Aparta hemisférios e remarca horários.
Há clamor por trocas: que a partida seja jogo,
Que o time tenha reserva.
Dispensa-se os dias sem poeta.
O pesadelo vira sonho
Que troca a noite pelo dia.
Que se façam presentes crenças, medos e fantasias.
Seja-bem vinda a escuridão!
Entre a sombra das falhas
Iguala-se a epifania da cegueira.
Salve o breu
Que alumbra a noite rosiana
Dos poetas sem dia.
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Renata Quiroga é psicanalista, coordenadora de Serviço Social, Psicologia, Psicanálise e Psicopedagogia – PSFP.