IEA - Inovação em comunicação e relacionamento está na intersecção das inteligências emocional e artificial. Por Carolina Denardi.

Emocionar, em Latim, tem relação com o que te move, o que mexe com você. A palavra emoção deriva das palavras latinas ex + movére – que significam “mover para fora”.

Vem bem ao encontro do que utilizo como missão na CD que é promover relacionamentos entre empresas e pessoas fazendo uso da comunicação pela emoção.

É humanizar a relação e o discurso fazendo uso de estratégias que consideram a inteligência artificial e algoritmos por trás dos canais digitais e redes sociais para, com análise do cenário, dos dados e da personalidade de cada marca ou negócio, atingir o objetivo esperado.

Recentemente, na última semana de março, tive o prazer de participar de duas palestras em sequência de dias; na terça à noite, Inteligência Emocional com o especialista no tema Freddy Machado, e na quarta-feira pela manhã, Filosofia, bebendo na fonte com ninguém mais, ninguém menos que Mario Sérgio Cortella.

E aí, não sei se o olhar se volta para o tema ou de fato as coisas acontecem nessa mesma vibração e óptica, mas ao longo da semana, na leitura dos jornais e conteúdos, foi mais comum que o usual pautas e abordagens sobre criatividade, tempo, inovação e o nosso relacionamento com todas essas frentes.

A ideia aqui neste espaço, claro, não é um autorrelato mas, como praxe, compartilhar alguns ensinamentos do conhecimento e conceitos disseminados pelos especialistas e como podemos nos apropriar desse aprendizado em nossa comunicação e nossos relacionamentos para resultados bem-sucedidos.

Na prática, o aprendizado constante e as reflexões e análises do que foi e o olhar para o que é, mais o estudo do que virá, são a máxima também para uma estratégia bem-sucedida e para as táticas que serão utilizadas.

Nada mais do que a vivência/experiência (passado), somado com à consideração do meio/ambiente atual (presente) e projeção de futuro (tendências), buscando sempre o olhar da inovação.

E aí, você que já acompanha meus conteúdos pode até pensar: lá vem ela de novo com a estratégia…, sim e sempre, porque tática sem estratégia é desperdício de energia.

Neste sentido, uma primeira sinapse baseada num dos ensinamentos de que já me apropriei para a vida, mencionado pelo filósofo Cortella quando questionado sobre “que conselho deixaria aos que lá estavam”:

“Há três caminhos para o êxito:

1. Ensinar o que se sabe
2. Praticar o que se ensina
3. Humildade Intelectual para não ignorar o que não se pergunta”.

Há tanta riqueza nisso… lembra, lá no começo, que falei da semana que trouxe várias reflexões… pois bem, no dia anterior ao do Cortella, na palestra sobre Inteligência Emocional, um dos pontos bastante enfatizados pelo palestrante Freddy Machado para êxito nesse sentido foi: “AutoControle, AutoConhecimento e AutoMotivação – e se tiverem que começar com um deles que seja pelo AutoConhecimento”. (Parênteses: colocando as primeiras letras após o “auto” em caixa alta, propositalmente, para diferenciar mesmo, tá?).

Mas, voltando ao artigo…

Nos conhecermos e conhecermos nosso porquê e, também, o porquê, o propósito do nosso negócio ou da empresa a qual lideramos, é fundamental para uma sólida estratégia em comunicação e táticas que nos permitam alcançar com êxito os planos traçados.

Parte essencial dessa jornada está em estarmos alinhados com nossas emoções e as emoções que compõem a nossa marca ou o nosso negócio.

É a partir dessa premissa que estaremos no controle da comunicação, com transparência, alinhados ao propósito da nossa empresa e motivados por estarmos atuando na nossa essência, com a nossa verdade e pelos resultados e as relações estabelecidas por meio das conexões sólidas trazidas por esse movimento.

Nesse contexto, acrescento, ainda, mais uma reflexão, vinda de leitura, no mesmo período, de entrevista do espanhol Raul Aparici, diretor global de aprendizagem da The School of Life (TSL), concedida ao caderno Carreiras do jornal Valor Econômico, que, ao mencionar Sócrates: “Conhece-te a ti mesmo e a ti mesma”, lançou luz sobre como todos nós podemos obter benefícios dessa máxima: “Vamos ao trabalho, somos profissionais, mas ao mesmo tempo temos acesso a emoções que normalmente não queremos ver no trabalho, como a inveja, a raiva ou o medo… São emoções que são ‘negativas’ a princípio, mas que têm muito a agregar para sermos criativos ou criativas, e para termos boas relações no trabalho”. A partir do autoconhecimento podemos nos autorregular melhor…

E, para encerrar nessa breve trajetória que fiz dos conhecimentos agregados e que com prazer compartilho aqui – aliás, você que chegou até aqui, espero que tenha gostado – encerro com mais uma reflexão trazida pelo Cortella, que talvez possa contribuir e mexer com você tanto quanto mexeu comigo:

“Na vida é preciso raiz e não âncora. Porque a raiz nutre, mas a âncora imobiliza”.

Sigamos então alinhados com quem somos, nos conhecendo e conhecendo o meio em que estamos, o propósito e os objetivos do nosso negócio ou da empresa que representamos e nos mantenhamos aprendendo, ampliando nossa criatividade, inovando e alinhados ao nosso tempo e o que está por vir.

Sigo na Comunicação pela Emoção, alinhada à minha história, com raiz, olhando e aprendendo o novo, considerando o ambiente atual e em constante movimento. De fato, para mim, a inovação em comunicação e relacionamento está na intersecção entre as inteligências Emocional e Artificial. E para você?

Carolina Denardi é jornalista com mais de 20 anos de história com a comunicação, seja como repórter, chefe de redação e apresentadora, seja como  assessora de imprensa e no gerenciamento de crise. Apaixonada por pessoas e fazer ponte entre elas. Essência e fundadora da CD Comunica | https://www.linkedin.com/in/carolinadenardi/ | @carolina_denardi