Desculpe o sumiço, mas agora eu voltei! Havia exagerado na dose, fui além das minhas forças. Acabei caminhando sem parar, acreditando que assim chegaria mais rápido. Pensei que era invencível, que sairia de qualquer situação sem arranhões. Quanta pretensão! Quanto engano!
Estava afastada de mim, desejando o que talvez nem fosse o melhor para mim. Se não tivesse exagerado no falso entendimento dos fatos, poderia ter passado ilesa. A gente, às vezes, se afasta do amor-próprio, esquece de priorizar as vontades. Se perde e paralisa, quando deveria dar sequência na vida.
Se querer bem passa pela maneira como aprendemos a lidar com os fatos. Somos nós que abrimos e fechamos as portas que encontramos pelo caminho. É possível que nem todas levem a lugares que desejamos. Ser protagonista da própria história é desafiador, mas lembre-se de que é uma tarefa que não devemos terceirizar.
Existe solo fértil. Com o tempo a gente aprende a ficar boa nesse negócio de recomeçar do zero. Existem novos ares além destes que vivemos. Dar a si uma segunda chance é aceitar que a vida testa o tempo todo. Que nem tudo é como vemos. O engano acontece; a dúvida também nos tira da zona de conforto. Releva que o vento leva!
Por isso, estou me reconciliando com as minhas limitações. Exigindo menos de mim, me acolhendo. Dei um tempo para os meus julgamentos pessoais; voltei a me querer bem. Estou aprendendo com o “sim”, mas também com o “não”.
A felicidade é um caminho incerto. Ela dá trabalho, exige movimento, acelera o coração, desestabiliza as certezas e nos lança num mar de dúvidas. Afinal, quem acredita que sabe tudo se engana, sofre, não vive bem no presente e ainda atropela o futuro.
Toda mudança exige um tempo de adaptação. Comece devagar. Respeite os processos – o que nos permitem evoluir, reconhecendo que os recomeços são necessários. Chegará o dia em que poderemos dizer: não foi fácil, mas venci; aprendi a lidar; sei reconhecer o que me faz bem e o que me faz mal.
Então, siga e nem pense em desistir! Se encante pelas possibilidades. Afinal, o que é importante e necessário, fica.
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Neusa Medeiros é jornalista, com pós-graduação em Metodologia do Ensino Superior. Sócia-diretora da empresa Edição 3 – Comunicação Empresarial, com diversificada atuação na área. Atuou, por vários anos, como assessora de imprensa e professora universitária na Unisinos, e como colunista no Jornal VS, do Grupo Editorial Sinos, onde segue como colaboradora.