ESG PARA TODOS - Cultura Inclusiva. Por Livia Spiniella.

É normal aparecer casos de escolas da elite paulista em que mães consideram que os/as filhos/as não estão em um ambiente inclusivo. Todo dia acontece algum ou alguns incidentes em que alguma garota (normalmente) mas às vezes o garoto sofre um assédio, um bullying, e daí a questão vem à tona. E as mães resolvem olhar para o assunto.

O quanto essas crianças estão vivendo na realidade ou em uma bolha protegida? Essa pergunta de um milhão não é só para os pais e para a Escola, mas para toda a sociedade.

Enquanto essa resposta não aparece na MundoSocial, acredito que se o tema inclusão for tratado desde os 7-8 anos, isso é desde que eles são pequenos o suficiente para trazerem consigo a curiosidade de perguntar e a “tranquilidade” de ouvirem uma resposta verdadeira, sem preconceitos que nós pais carregamos. Aí sim conseguimos imputar uma mudança em direção à inclusão.

Quando a criança tem o primeiro contato com um deficiente (de qualquer tipo), quantas vezes não vemos o acompanhante pedindo para que “não olhe”, para que “fale baixo”. Nessa hora é importante que se consiga esclarecer para a criança que aquela pessoa é alguém como nós. E, na medida do possível, se explique a deficiência, seja ela física, mental, auditiva etc. Dentro do nosso conhecimento, é claro.

Essa é uma tarefa fácil? Claro que não! Mas necessária pois os números mostram que 1/4 da nossa população carrega algum tipo de deficiência, isto é, estamos falando de 45 milhões de brasileiros. Porém o esconder, deixar passar a dúvida, apenas transforma o outro/a aquele que está ali do lado – e tem sim uma deficiência -, em um ser a não ser visto. Isso é certo? Se você tem uma pessoa com deficiência na família ou próximo, você sabe bem essa resposta!

É com esse tipo de mudança que vamos criar algo novo no Brasil: uma cultura inclusiva, algo que faça aquela garota do começo do texto a não ter que passar pelo bullying que vem da mesma raiz, de uns se sentirem mais “poderosos” que outros, e poder aqui não é só $, mas ver-se como mais completos.

E com esse movimento de crescerem vendo as diferenças, respeitando-as, chegarão na fase de trabalho, como outros: pois se a pessoa que trabalha com eles tiver nanismo, perna amputada, seja um autista, é um/a colega e é isso que importa! Muito utópico? A sustentabilidade não acha!

Livia Spiniella, relações-públicas, especialista em sustentabilidade, trabalhou 15 anos em empresas B2B nos setores industrial, civil e de saúde. Em 2019 montou a Mundo Social, consultoria de Comunicação e Sustentabilidade que ajuda a implantar a nova realidade ESG e a divulgá-la para seus públicos.