Desatando nós. Por Neusa Medeiros.

Viver é um desafio diário. A gente aprende com o tempo que as benesses não são tão abundantes quanto imaginávamos. Passamos, então, a olhar para aos fatos, muitas vezes com dúvida, desconfiança e descrença. Não é pessimismo, nem falta de fé, é que desatar nós exige habilidade, perseverança e até força. E quem disse que a gente é obrigada a saber o que fazer sempre?

A vida às vezes te quebra para te mostrar que o teu lado mais bonito é o de dentro, e está tudo certo lamentar e até chorar pelos planos que não se realizaram, pelos sonhos não alcançados. Nestes momentos, a razão deveria gritar bem alto: pendure suas dores e vista-se de amores! Mesmo sabendo que, na prática, a vida é feita de ciclos, entender que nenhum é definitivo exige resiliência.

Até quando caminhamos, um pé vai para a frente e o outro fica para trás. Então nos cabe aceitar que embora sejamos protagonistas da nossa vida, não teremos o privilégio de estar na primeira fila sempre. Este entendimento ameniza as dores e nos conecta com novas possibilidades.

Os nós, que teremos que desatar, fazem parte desta caminhada. O segredo é não rasgar a embalagem. Na tentativa de abrir o nó, controlar a ansiedade, para não acabar apertando mais, lacrando ao invés de soltar. O desafio é transformar o nó num laço e ver beleza e significado no simples fato de adaptar-se!

Neusa Medeiros é jornalista, com pós-graduação em Metodologia do Ensino Superior. Sócia-diretora da empresa Edição 3 – Comunicação Empresarial, com diversificada atuação na área. Atuou, por vários anos, como assessora de imprensa e professora universitária na Unisinos, e como colunista no Jornal VS, do Grupo Editorial Sinos, onde segue como colaboradora.