Conhecimento à disposição: documentários mostram a realidade cruel do nazismo. Por Chris Santos.

Recentemente, o universo da web passou por mais uma polêmica envolvendo declarações sobre o nazismo, quando Bruno Aiub, mais conhecido como Monark, “apresentador” do programa Flow, veiculado em plataformas de vídeo e podcast, defendeu que a criação de um partido nazista deveria ser permitida no Brasil.

A indignação e manifestações contrárias ao apresentador, que foi demitido/afastado do programa do qual era sócio, inflamaram as redes sociais. Associações judaicas, instituições, ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), políticos, pesquisadores e, inclusive, a diplomacia alemã repudiaram as declarações de Aiub, que demonstrou a sua falta de conhecimento do que foi o nazismo. Infelizmente, ele não é o único. Quem trabalha com Comunicação Social deveria dedicar mais tempo a estudar para basear suas afirmações.

As atrocidades cometidas por Hitler, seus dirigentes e uma parte da sociedade alemã mostraram “como uma sociedade moderna, avançada, culta pode afundar rapidamente na barbárie, culminando em guerra ideológica, brutalidade e rapacidade dificilmente imagináveis, e em um genocídio como o mundo jamais testemunhara” (KERSHAW, Ian. Hitler, 2017).

Nós, que não vivemos nessa época, podemos conhecer os acontecimentos e resultados dessa tragédia global por meio de livros e filmes. Entretanto, a ficção, mesmo que baseada em fatos reais, como em “O menino do pijama listrado”, “A vida é bela” e “A lista de Schindler”, tem os seus limites na transmissão da realidade. Por isso, os documentários com depoimentos, fotos e filmes da época são fontes primárias de informações. Muitos deles podem ser encontrados no YouTube e na Netflix.

Entre as sugestões estão “Numerado”, um documentário que traz depoimentos de sobreviventes entre os mais de quatrocentos mil encarcerados de Auschwitz e campos adjacentes, que tiveram seus peitos e braços tatuados com um número. Já “Os horrores de Auschwitz”, a “Ascensão dos nazistas: a estratégia que levou Hitler ao poder”, produzido pela BBC, e “A trajetória do genocídio nazista” estão disponíveis no YouTube.

Não seria difícil para Monark e Kim Kataguiri, entre outros, compreenderem que o nazismo é muito mais que um partido. É uma ideologia que incita o ódio, a divisão social, o preconceito e a violência. Deve ser sempre peremptoriamente condenado.

Chris Santos é profissional com 30 anos de experiência em agências de comunicação, relações públicas, assessoria de imprensa, eventos e marketing digital. Clientes atendidos: Associação Brasileira das Empresas de Software, Unilever, Avon, Lojas Renner, Karsten, Mahogany, Adcos, entre outras. Graduada em Relações Públicas (1990) e em Ciências Sociais (1997) pela USP, com especialização em Gestão de Processos Comunicacionais (USP), MBA em Gestão de Marcas (Branding), pela Anhembi-Morumbi, e mestre em Comunicação e Política pela UNIP. Tem se dedicado ao estudo de tendências nas áreas de marketing digital, comunicação e política e tecnologias da comunicação e informação.