COMUNICAR É PRECISO - Preparando a mochila.

GPS, repertório, e outros itens a levar na mochila do comunicador.

Esses dias, ouvi o professor Mario Sergio Cortella falando da importância do planejamento para o sucesso das iniciativas como um ‘protetor do esforço’. Sim, aquilo que pode evitar retrabalhos e insucessos.

O interessante é que algumas pessoas têm dificuldade de planejar justamente por acharem que não têm tempo para isso. Quando se fala de planejar a comunicação então, parece um sacrilégio, quase uma ode à inverdade e ao artificialismo. Afinal, ‘comunicar é natural…’.

Natural, sim, mas como em uma mata fechada. É preciso se preparar para desbravar esses caminhos. Tal como preparamos a mochila para uma viagem, vale refletir sobre alguns elementos que não podem faltar no planejamento da comunicação.

Propósito da mensagem

Ter clareza da mensagem que se quer passar e o que motiva a comunicação, o que se espera dela, precisa ser o primeiro passo. É preciso ser cirúrgico no que se pretende que o público retenha de informação e que tipo de efeito ela deve gerar nele. Tem que deixar claro se a mensagem é de esclarecimento, orientação, venda ou engajamento.

É válido ser didático sem infantilizar o público, sem ser enfadonho. Ser leve, sem perder o propósito da comunicação. Lembrar que ganhar a audiência é só o início, ela não pode sair com cara de interrogação, sem saber o que se espera dela.

Escolha consciente

Uma vez definido o propósito da comunicação, a escolha de cada elemento do processo comunicativo é importante. Fazer a escolha consciente de quem fala, como fala, com qual linguagem, por qual meio, utilizando quais recursos para compartilhar o conteúdo e o contexto necessários com o público-alvo, em qual e quanto tempo, oferecendo e estimulando ‘feedback’ é a chave para a construção de significado e efetividade.

Treinar para poder improvisar

Simular a comunicação, seja no papel ou mesmo em frente a um espelho, se colocar como seu público não é criar elementos de afetação, mas buscar antever possíveis lacunas no processo de comunicação escolhido, vislumbrar dúvidas e ruídos para mitigá-los.

Planejar a comunicação não significa criar cabrestos, mas traçar os caminhos. Assim como um trilheiro precisa traçar sua rota e levar as provisões necessárias para as intempéries possíveis, o comunicador precisa saber onde quer chegar e como pretende fazer isso. Mas também precisa estar atendo às mudanças imprevisíveis do trajeto. Uma árvore que bloqueia o caminho pode não ser previsível, mas planejar o que fazer em caso de bloqueio pode.

Somente exercitanto o planejar de forma ampla, vislumbrando trilhas alternativas, é que o comunicador irá poder se preparar e atuar com mais segurança para uma comunicação mais efetiva.